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“Tenho lembranças ótimas!”

ProjetoMemória

foram uma beleza”

e Ciências Humanas

astro Físico da USP PIED56, de Ci ênc ias Humanas foi 1901 e tem área edificada de assou por uma reforma em inda era denominado Prédio oméstica. Atualmente, abriga s do Depar tamento de dministração e Sociologia de Nutrição do Departamento tria, Alimentos e Nutrição plando secretarias, salas de o para cerca de 100 pessoas, tes, de reuniões, de estudos e idáticos e de pesquisa.

Em 19 de março de 1927, na casa onde funciona, nos dias de hoje, o Serviço de Pro-duções Gráf icas da ESALQ, Lasara Zandaval Mc Fadden nasceu. E por ali mo-rou até os 26 anos. Não só ela, como outros cinco, dos seis irmãos, também nasceram ali. “Morávamos os sete irmãos, meus pais e uma irmã de papai”.

Seu pai, Anibal Zandaval, era chefe da oficina mecânica. “Meu pai veio da Itália com 12 anos e começou a trabalhar na ESALQ com 16 anos, fazendo as sarjetas do parque. Ele trabalhou praticamente 50 anos aqui”. Das tarefas executadas pelo Sr. Anibal, sua filha lembra-se de contribuir com a decoração do Edifício Central em ocasiões especiais. “En-feitavamo Prédio nas formaturas, faziamaque-la iluminação de final de ano. E, naquele tem-po, não existiam as lâmpadas próprias para fazer essa decoração, e meu pai colocava no varal lá de casa, as lâmpadas penduradas e eu e meus irmãos íamos com as latinhas de tinta para colorir, uma por uma”.

Da sua infância, Dona Lasinha, como ficou conhecida pelos colegas, recorda-se do cotidiano simples vivido na Escola. “Tenho lembranças ótimas! Minha infância e ado-lescência foram uma beleza. Andávamos de bicicleta, pela manhã eu me levantava e ia tomar leite na Zootecnia, seguia com um copo com um pouco de açúcar e depois colocava direto da ordenha. Todo dia cedo buscava leite, ia na horta comprar verduras, frutas então encontrávamos de todas as qualida-des. Minha mãe comprava ovos aqui, era tudo baratinho”.

Lasara Zandaval pinça da memória pas-sagens pitorescas vivenciadas durante a ges-tão do então diretor José de Mello Moraes. “O doutor Mello, como era chamado, reunia a criançada, nos dava alguns trocados para que fôssemos às matinês no domingo. Então pegávamos o bonde e íamos assistir comé-

dias. Tem outra história engraçada dele tam-bém, de uma noite na qual ele chegou da ci-dade vindo de bonde e o guarda estava dor-mindo no banco, comuma espingarda do lado. Aí o diretor levou embora a arma. Quando acordou, o desespero dele pra achar a espin-garda foi um show! O professor Mello Moraes era espirituoso!”.

Cursou o ginásio no Colégio Piracicabano e, aos 26 anos, entrou para trabalhar na admi-nistração da ESALQ. “Entrei e exerci a fun-ção por quase dois anos. Infelizmente, fui dispensada uma semana antes de completar o tempo exigido pelo decreto promulgado pelo governo Jânio Quadros. Então ingressei no escritório da fábrica de papel, no bairro Mon-te Alegre. Dois anos depois, fomos readmi-tidos e voltei pra trabalhar com o professor Salvador Toledo Piza, na Zoologia”. Ali tra-balhou como escriturária por sete anos e, em seguida, foi pra Contabilidade.

No início da carreira na Escola poucas eram as mulheres. “Acho que tinha uma meia dúzia. A Dirce [Alessi Pelegrino] já estava lá, mas éramos poucas. O ambiente era fa-miliar não só na Contabilidade”. Lasara apon-ta que seus irmãos não só nasceram como também trabalharam na ESALQ. “O Mário trabalhou na oficina mecânica durante 46 anos também. O João trabalhou na Genéti-ca, Januário no setor de Agricultura e o José era diarista, não tinha lugar certo. Quanto às minhas irmãs, a Teresa trabalhou na Agri-cultura e a Ângela, a mais nova, também trabalhou na Genética”.

Especificamente da Contabilidade, recor-da-se dos tempos em que as anotações eram feitas a lápis. “O pessoal era gente boa e o tesoureiro era o Benedito do Amaral, que trazia os hollerites da USP e como não ha-via máquina xerox na seção, tínhamos de anotar a lápis. Então ele nos levava às 8 ho-ras e queria que fizéssemos em três tempos.

Era um sufoco” (risos). Ficou ali por 22 anos e, em 1984, quando foi criado o

Campus “Luiz de Queiroz”, foi trabalhar como secretária por mais dois anos, quando aposentou-se em 1986".

Na ESALQ conheceuWilliamHenry Mc Fadden, então funcionário da Biblioteca no Instituto Zimotécnico. Com ele casou-se e teve dois filhos. Hoje mora sozinha, uma vez que os filhos, William, engenheiro mecânico, e Richard, designer gráfico, residem em Itajubá (MG) e Campinas (SP), respectivamente. Do lugar onde nasceu e trabalhou por mais de três décadas, ficaram as saudades. “Morro de saudades de lá. Foram os melhores anos da minha vida”.

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