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« Previous Page Table of Contents Next Page »Ano IX Número 27 março/2012 4
Visão além da viga
Rústico e de uso permanente sob a ótica do manejo sustentável, o bambu é objeto de pes-quisa na ESALQpara ser utilizado comomaté-ria-primaestrutural, comaplicação social.Aideia é agregar valor à planta, fabricando produtos sustentáveis de alta qualidade e de baixo custo, que possam ser usados ou produzidos por co-munidades carentes e rurais.
DeacordocomadoutorandaClaudiadeLima Nogueira, do Programa de Pós-graduação (PPG) emRecursos Florestais, o bambu preci-sa ser processado para que possa ser emprega-do da mesma maneira que se utiliza a madeira em estruturas. "Há necessidade de colocar a ci-ência na prática, o que significa transferir tecnologias desenvolvidas nas universidades para as comunidades e para o setor produtivo", explica a pesquisadora.
O estudo relata que a falta de informações sobre o bambu, seu alto teor de sílica e o fato dele ser oco, induzema escolha de outrosmate-riais,mesmoos não amigáveis ao ambiente, para usos generalizados, porémo bambu seria mes-mo ummaterial oportuno e adequado. OLabo-ratório de Engenharia daMadeira, do Departa-mento de Ciências Florestais (LCF), onde foi realizado grande parte do estudo, possui duas linhas de trabalho combambu - a primeira base-ada no uso de colmos, e a segunda, baseada no uso do bambu industrializado na forma de laminado colado.
O projeto é baseado fundamentalmente nas análises de amostras retiradas damatéria-prima e dos produtos obtidos em diferentes fases de transformações físicas e oumecânicas, utilizan-do ensaiosmecânicos estruturados, microscopia eletrônica de varredura, microscopia óptica e
um sistema de microanálise de raios-X por espectroscopia de energia dispersiva e espalhamento de raios-X a baixos ângulos e estereoscopia. Enfim, a proposta inicial, que foi a de fabricar e testar a resistência de vigas estru-turais à base de bambu laminado colado, esten-deu-se para o estudo damicroestrutura damaté-ria-prima e do produto resultante. Dessa forma, atualmente, a pesquisa busca na microestrutura explicações para a elevada variabilidade en-contrada nos resultados dos ensaios mecâni-cos realizados nas amostras, a fim de identi-ficar variáveis da matéria-prima e do proces-so de fabricação que influenciam diretamente na qualidade do painel, principalmente na adesão entre as lâminas.
Varredura -Autilizaçãodomicroscópioele-trônico de varredura possibilitou o entendimen-to da anatomia do colmo e, principalmente, aju-dou na compreensão da ancoragem dos adesi-vos no tecido lenhoso do bambu.Assim, está se tornandomais claro o fenômeno da adesão que motiva ensaios exploratórios e práticos genera-lizados para culminar no aumento da resistência e da rigidez de peças laminadas coladas de gran-des dimensões. "Os resultados estão sendo ob-servados para explicar a alta variabilidade das propriedades mecânicas oriundas dos colmos, das ripas, das lâminas e das vigas com intenção de diferenciar a variabilidade natural domaterial bambu, daquela introduzida pelo processo de industrialização. Oaprimoramento das técnicas de processamento mecânico do material, com ênfase na qualidade das superfícies a seremco-ladas, tem sido tratado como um tema básico para unir peças a baixa pressão", explica a pes-quisadora.
Cláudia destaca, ainda, que a produção de painéis e vigas de bambu deve ser otimizada em função do grande risco que existe de se perder energia demasiada no processo de fabricação. Ela explica que o desperdício de energia redun-da emuma imensa dificuldade de se usar o bam-bu laminado colado em ambientes carentes. "Quando isso acontece, a solução recomendada é o uso do colmo como peça estrutural. O uso eficaz e seguro de colmos em estruturas não convencionais será o assunto para a pesquisa de pós-doutorado dentro de parcerias do Labo-ratório de Engenharia daMadeira com institui-ções internacionais", conclui a doutoranda. Além de matriculada no PPG emRecursos Florestais, a pesquisadora, que é orientada pelo professor José Nivaldo Garcia, do LCF, tam-bém está envolvida na co-orientação de alunos de graduação da ESALQ e de outras escolas em pesquisas de iniciação científica. "Claudia foi pioneira na USP e talvez no Brasil a aplicar o microscópio eletrônico na observação da microestrutura do bambu sob a ótica da enge-nharia do material bambu, correlacionado as propriedades dos produtos com indicadores vistos nas imagens relacionada às propriedades mecânicas e adesão de lâminas. Esse fato, ren-deu a ela, importantes elogios, contatos científi-cos e premiações em eventos nacionais e inter-nacional", comentaGarcia. NoXXIII Congres-so da Sociedade Brasileira de Microscopia e Microanálise, a acadêmica foi classificada em 2 º lugar com a micrografia 'Micro-visão do bambu laminado colado', e 3 º com 'Visão além da viga'. "Hoje, muitos laboratórios de renome estão seguindo a ideia e a metodologia por ela empregadas", finaliza o orientador.
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