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“Parar não é bom”

ProjetoMemória

Ano IX Número 2 8

capacidade de convencer”

Antiga Casa do Dir

Walter de Paula Lima nasceu emChavantes (SP), em2 de julho de 1940. Filho de um funci-onário da Companhia Sorocabana, permaneceu na cidade natal até os 9 anos, quando o pai pediu transferência para São Paulo para que os filhos pudessem ter uma educação demelhor qualida-de. “Na capital, pagávamos aluguel e o salário domeu pai, de certa forma, perdeu força e logo meus irmãos e eu fomos trabalhar. Comecei aos 13 anos, em um banco durante o dia e fazia o colegial à noite”.

Quando teve que optar por uma formação superior, uma viagema Piracicaba condicionou sua escolha. “Eu sabia apenas o que eu não que-ria, não queria ser médico porque não consigo ver sangue, mas a engenharia me atraía de algu-ma forma.Assim, emuma excursão coma esco-la, vimconhecer a ESALQ, instituição quemeu pai já havia sugeridoque eu conhecesse anterior-mente”. Era 1962, e a decisão por estudar fora de São Paulo estava tomada, mas seria adiada até 1964, ano do seu ingresso na Escola. “Não foi fácil o período inicial, porquemeu pai não tinha condição financeira e eu tambémganhava pouco eaindacontribuíacomoorçamentoemcasa,mas emumrompantedecoragemacabei vindopracá, porém nas férias de julho do primeiro ano eu ainda voltei para São Paulo para trabalhar”. Na graduação, morou na Casa do Estu-dante Universitário (CEU) e, a convite do colega [Shunhiti] Torigoi trabalhou no atual cursinho CLQ/Objetivo na parte administra-tiva e também lecionando. No último ano da graduação optou por silvicultura e, alguns dias após a última prova, foi chamado por Helládio do Amaral Mello, professor cate-drático na área. “Ele elogiou meu seminário, disse que o curso de Engenharia Florestal estava autorizado na ESALQ e que a área de manejo de bacias hidrográficas precisaria de um professor”. Era uma área ainda em for-mação no País. “Fui procurar no dicionário o significado daquela expressão!” (risos). Paula Lima aceitou o convite, já assu-

mindo o desafio de cursar mestrado em Ohio (EUA) para se aprimorar na disciplina que assumiria. Entre os anos de 1970 e 1971, permaneceu nos Estados Unidos, junto com outros professores, integrando como bolsista o convênio que a Escola mantinha com a Ohio State University . “No meio desse período ain-da me casei por procuração. Minha esposa foi para os Estados Unidos e, em dezembro de 1971, voltamos para o Brasil”. Em 1972, integrou o corpo docente da pri-meira turma do curso de Engenharia Florestal da ESALQ. Emmarço daquele ano começou a dar aulas como auxiliar de ensino e, depois de assinado o contrato, seu mestrado reconheci-do e passou a ser professor assistente. “O di-retor na época era o professor [Ferdinando] Galli e nem ele sabia o significado da discipli-na Manejo de Bacias Hidrográficas, tão novos seu conteúdo e propósito no meio acadêmico. Levou cerca de uma década para que o real significado da disciplina passasse a ser total-mente compreendido por outras áreas. Hoje, todo mundo reconhece como uma ferramenta de sustentabilidade”.

Enquanto docente, procurou decifrar o mito envolvendo a plantação de eucalipto. “Per-cebi a polêmica relacionada ao consumo de água dessa planta e busquei desenvolver algo novo, porque havia um consenso de que o eucalipto gastava muita água”. Em 1975, dou-torou-se na ESALQ, estudando o balanço hídrico em plantações de eucalipto e pinus. “O mito ainda não está resolvido, pois muito ainda discute-se e publica-se sobre o tema, afinal ummito não é forte porque é verdadei-ro, mas sim pela sua capacidade de conven-cer”. Em 1992, publicou “Impacto ambiental do eucalipto”, obra de referência sobre o tema. Oprofessor lembra ainda que o contato en-tre pesquisadores e setor produtivo, possibili-tou à comunidade científica convencer as em-presas sobre a necessidade de monitoramento domanejo de plantações florestais. “Assim, ini-

ciamos a observação em microbacias hidrográficas, acumulando dados consistentes sobre a relação entre o eucalipto e a água em diversas regiões do País, o que permite hoje entendermelhor a relaçãodessa planta comágua emdiferentes condições de solo”.

Concluiu três pós-doutorados, em 1978, naAustrália, em 1987, na Inglaterra, em 1992, na Escócia. Entre 1994 e 1997, chefiou o De-partamento de Ciências Florestais (LCF); foi presidente da Comissão de Cultura e Exten-são Universitária (CCEx) entre 1999 e 2003 e vice-diretor da ESALQ entre 1998 e 2002. Em abril de 2007, aposentou-se, mas o coti-diano acadêmico ainda permeia sua vida. “Pa-rar não é bom, por isso trabalho até hoje, continuo me dedicando às publicações. Só nesse início de ano foram três trabalhos, dois deles em publicações internacionais”. Nas horas vagas, dedica-se a cuidar do jardim em casa e exerce seu papel de avô da primeira neta, Maria Paula, de um ano e meio.

Instalada em frente a um dos maciços verdes Queiroz”, aantigaCasadoDiretor foi construí pavimentos e área de 488,80 m². Até meados serviu de morada para os diretores da Escola finalidade passou a ser do edifício hoje ocupad Queiroz. Após passar por uma reforma na fa décadade1990,abrigouoServiçoSocial (atual Social daDivisão de Atendimento à Comunida Prefeitura do Campus “Luiz de Queiroz” (PC térreo encontra-se o Núcleo de Apoio à Pesqu Eletrônica aplicada à Pesquisa Agropecuária pavimento superior, estão instalados os P graduação emFitotecnia e emFisiologia e Bi (secretarias, salas de aula e salas de estu lado reproduz a fachada original.

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