Page 8 - MODELO

This is a SEO version of MODELO. Click here to view full version

« Previous Page Table of Contents Next Page »

SímbolosdaESALQ

“Aqui fiz boas amizades”

ProjetoMemória

Ano IX Número 28 junho/2012 8

Flâmula

seja para deixar na gaveta”

O avô de Antonio Carlos Perencin, Frederico, veio da Itália no final do século 19. Foi um dos primeiros funcionários da ESALQ, quando trabalhou na confecção dos canteiros que deram forma ao Parque conce-bido por Arsène Puttemans, arquiteto e pai-sagista belga que atuou na Escola até 1913. Em 1915, em uma das casas localizada atrás do Edifício Central, nasceu Alcebíades, pai de Antonio Carlos, que chegou ao mundo na mesma casa, em 6 de abril de 1942. “O meu pai trabalhou com o professor [Friedrich Gustav] Brieger em pesquisas para erradicar a tiririca, depois foi para a 6 ª Cadeira, de En-genharia Rural, para o Setor de Obras e, na década de 1960, aposentou-se como chefe da Seção de Administração Geral. Eu nasci na mesma casa e meu umbigo foi enterrado de-baixo de um pé de canela”.

Da infância, lembra do período em que a ESALQ era efetivamente uma fazenda. “Ti-nha de tudo, frutas, hortaliças, leite, mantei-ga, provenientes de pesquisas, que eram dis-tribuídos entre os funcionários, que ainda eram muito poucos naquela época”. Os pri-meiros anos de estudo cursou na escolinha do Campus , junto com tantos outros filhos de professores e funcionários. “Ali fiz boas amizades, na infância e juventude, mas de-pois cada um seguiu seu rumo”.

Na adolescência, o pai sugeriu que fosse trabalhar e, na ESALQ, desenvolveu sua car-reira. “No início ajudei o professor [José] Soubihe [Sobrinho] em experimentos com sementes e, em seguida, fui para a Química auxiliar o professor [Eurípedes] Malavolta, de quem fui um grande amigo, na manuten-ção das casas de vegetação”.

Aos 18 anos foi contratado em defini-tivo na Escola, quando seguiu para traba-lhar com o pai no Setor de Obras. “Em 1960 acompanhei, como apontador de obra, a construção da Casa do Estudante. Eu fa-zia o ponto do pessoal e me recordo de um

calabrês, Bartolomeu Caravata, mestre de obras que trabalhava de terno e gravata e era muito enérgico. O pessoal tinha pavor dele”. Dessa época, relembra ainda um triste episódio. “O então diretor, José Benedito de Camargo, não conseguiu ver nem os ali-cerces da obra, pois em 18 de outubro de 1960 faleceu atropelado na Avenida São João, em São Paulo. Foi muito triste quan-do a notícia chegou pelo rádio”. Atuou na Casa do Estudante até a inau-guração em 1962 quando assumiu, por pou-co mais de um ano e meio, a função de bedel. “Fui bedel de uma turma só, mas fui um dos homenageados da turma de 1963”. No início de 1964 mudou outra vez de setor. Era recém-casado e recebeu convite para trabalhar na Contabilidade. Ali fez dois gran-des amigos, Geraldo Pereira e PlínioMonteiro Piedade, pai da professora Sonia de Stefano Piedade, do Departamento de Ciências Exatas (LCE). “Eu me lembro quando a Sonia nas-ceu!”. Para Perencin, a Escola sempre mos-trou-se como um lugar ideal para fazer ami-gos. “Nós sentávamos na escadaria do Edifí-cio Central, dez doze funcionários, para contar casos até que chegava o bonde das 8 horas e o mensageiro, Francisco Parcia, descia com um lote de jornais e correspondências. Era o horá-rio em que chegavam dois vagões mais o ‘cara dura’ e então começava mais um dia de aula e trabalho nas seções”.

Na década de 1970, foi convocado pela Reitoria da USP para colaborar com a Seção de Pagamentos para finalizar a folha. “A en-tão diretora do Departamento de Pessoal, Lucia Massari, queria que eu ficasse em São Paulo, mas eu preferia curtir a viagem e vol-tar pra casa todos os dias”.

E até a década de 1980 ficou responsá-vel, na ESALQ, pela Seção Técnica de Or-çamento e Despesa, executando folha de pagamento, normais e avulsas, providen-ciando prestações de contas, adiantamen-

tos e empenhos. “Durante todo esse perío-do aprendi muito com os professores Salim Simão, ótima figura humana, e Joaquim José de Camargo Engler, profissional incansável, com extrema capacidade de gestão”. Aposentou-se no final de 1989, mas não parou. Assumiu a função de assessor de Gabinete da Secretaria Municipal de Finanças de Piracicaba e desempenhou essa função na administração Antonio Carlos de Mendes Thame (1993-96) e Humberto de Campos (1997-2000). So-bre o lugar onde nasceu, viveu e aposen-tou-se, Perencin é enfático. “A ESALQ é tudo. Se sair uma caixa de fósforo com o nome ESALQ eu quero uma, nem que seja para deixar na gaveta”.

A flâmula foi criada em 1976, como parte das comemorações aos 75 anos da ESALQ. A autoria é do artista plástico piracicabano Archimedes Dutra, que lecionou na ESALQ entre 1967-78. No plano superior, está Ceres, Deusa da Agricultura e da fertilidade da terra, altiva em solo arado e sobreposta à circunferência em tons pastel, na qual está registrado, por extenso, o nome da Escola e a sigla da Universidade de São Paulo (USP). Abaixo, apresenta-se a imagem do Edifício Central, projetado em estilo neoclássico pelo arquiteto inglês Alfred Brandford Hutchings e inaugurado em 1907. Na base do Edifício encontram-se as palavras indicativas da cidade de Piracicaba, do Estado de São Paulo e do Brasil. Em cima e abaixo, emolduram a flâmula listras verdes e amarelas, simbolizando as cores da bandeira nacional. As mesmas listras, desta vez em disposição vertical e centralizada, alternam-se em quatro pares, emoldurando uma única listra avermelhada.

Page 8 - MODELO

This is a SEO version of MODELO. Click here to view full version

« Previous Page Table of Contents Next Page »