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DetalhesdaESALQ

ProjetoMemória

Ano IX Número 30 deze 8

Pavilhão de Horticultura

“A ciência não tem dono”

O Pavilhão de Horticultura foi construído em 1 tem estilo de arquitetura contemporânea. planificado em três pavimentos, perfazendo edificada de 5.627,78 m 2 . Abriga salas de aula docentes, laboratórios de pesquisa e secretaria Departamentos de Produção Vegetal (LPV), se Horticultura; Ciências Biológicas (LCB), set Botânica; e Fitopatologia e Nematologia (LFN) de Fitopatologia. Abriga ainda a Clínica Fitopato Prof. Hiroshi Kimati e o Anfiteatro Professor “ Simão”, com capacidade para 144 lugares.

mim é impossível”

Roland Vencovsky nasceu em São Paulo (SP) em 10 de junho de 1936. Cursou o grupo escolar no Colégio Visconde de Porto Seguro. Seu pai era austríaco e a mãe, filha de alemães nascida no Paraná. O pai era representante comercial de uma prestadora de serviços da Bayer e resolveu, com o rompimento das rela-ções entre Brasil e Alemanha durante a Segun-da Guerra, comprar uma fazenda em Atibaia (SP). “Lá produzíamos eucalipto e destináva-mos a madeira para as panificadoras e ferrovias e o carvão para as siderúrgicas. Também inves-timos na produção de aguardente”. Passou a adolescência em Atibaia (SP) e, por influência de um amigo, foi cursar agronomia em Viçosa (MG). “Desde a infância eu já gostava de fazer pequenas plantações no quintal. Então fui para Viçosa (MG) mas, por questões pessoais, tive que voltar para São Paulo e optei por transferir meus estudos para a ESALQ”.

Durante a graduação, morou em repúbli-ca. “Era uma turma muito unida, mas a relação com os professores era bem mais formal do que hoje. O sistema de conduta era mais rígi-do”. No início tinha intensão de estudar bio-química mas, influenciado por docentes de Viçosa, entusiasmou-se com a estatística apli-cada à agricultura e genética. “Aqui na ESALQ, [na Genética] meus mestres foram Friedrich Gustav Brieger, José Theóphilo do Amaral Gurgel e o professor Frederico Pimentel Go-mes, lá [da Matemática]”. Incentivado pelo professor Brieger, aprofundou-se nos estu-dos em genética quantitativa. “Eu trabalhava na retaguarda dos programas de melhoramento na Escola, auxiliava no planejamento dos en-saios, análises de dados e interpretação de resultados, principalmente, com estudos de hortaliças e milho. O melhoramento naquela época era mais lento e menos científico. Con-távamos com o bom senso”.

Terminou o curso em 1958 e, no ano se-guinte, foi bolsista do CNPq e continuou no Departamento de Genética. “Em 1960 abriu uma vaga e acabei ingressando como professor as-sistente, lecionando aulas práticas de genética e

citologia”. Concluiu, em 1960, o doutorado em Genética eMelhoramento de Plantas na ESALQ. “Naquela época, o doutorado era desenvolvido de forma direta”, lembra o docente.Também somou significativas experiências no exterior. Em 1967, fez mestrado em Experimental Statistics na North Carolina State University . Entre 1974 e 1976, foi professor visitante na

University of Minnesota e, no biênio 1990-91, ocupou a mesma função na North Carolina State University . “Minhas estadas nos EUA marca-ram minha carreira porque quando você está em outra universidade você vê ideias novas. A ciência não tem dono e, uma vez no exterior, os ideais científicos daquele lugar acabam comple-tando sua formação. Nos EUA estudei em um dos principais centros de genética quantitativa do mundo. Sou muito grato aos professores C. Clark Cockerham e Ralph E. Comstock”. Sua última passagem pelos EUA resultou em uma mudança de direção na sua postura científica. “Passei a me interessar por conserva-ção genética e então meus estudos foram direcionados à genética de populações, à pre-servação do patrimônio genético das nossas es-pécies”. Aproximou-se da genética molecular e dos métodos de estudo do DNA. “Assim, pas-sei da análise biométrica de dados dos ensaios para a análise de dados do DNA”.

Coordenou o Programa de Pós-graduação emGenéticanaESALQe, no iníciodadécadade 1980, chefiou um centro de pesquisa de milho e sorgo da Embrapa em Sete Lagoas (MG). “Fi-quei quatro anos e meio, aprendi muito por lá. Dei aminha contribuição, lançamos umhíbrido de milho que chegou a ocupar 20% da área de milhonoBrasil,mas voltei em1985porque sem-pre gostei de dar aula e lá eu não tinha essa opor-tunidade. Não atuar como docente para mim é impossível”. Aposentou-se em 1994 e passou a prestar consultoria para empresas florestais no processo de melhoramento de populações de eucalipto. “Foi muito gratificante porque eu po-dia ver que aquilo que eu estudei tinha aplicação e poderia ser usado naquele setor”. Hoje é pro-fessor sênior do LGN. Acumulou, ao longo

da sua trajetória, 15 títulos e prêmios, entre eles o de membro titular daAcademia Brasilei-ra de Ciências. Publicou 164 artigos, 6 livros e 9 capítulos. Orientou 35 dissertações e 42 te-ses e ainda orienta, atualmente, cinco douto-randos. Em 2002, recebeu a Comenda da Or-dem Nacional do Mérito Científico da Presi-dência da República.

Nas horas de lazer, ouve música, do po-pular ao erudito e lê biografias. “Essa semana li duas biografias resumidas, uma de Thomas Edison e outra do escritor Mark Twain. Com essas leituras aprendo sobre a vida; esses indi-víduos ficaram famosos, mas sofreram tam-bém. A vida desses homens importantes é um exemplo. Também adoro ficar com os netos. Tenho doze. Além disso, considero muito po-sitivo o contato com os alunos, a aproximação com eles remoça”. Finalmente, faz um agrade-cimento especial à esposa, Maria Olávia: “ela muito contribuiu para o meu desenvolvimento profissional com sua compreensão e apoio”.

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