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Na energia renovável. Toda a matéria vegetal - folhas, galhos, troncos - se gera por meio da fotossíntese. Nesse processo, havendo água e radiação solar, as plantas "respiram" gás carbônico (CO2) da atmosfera, liberando oxigênio. O carbono assim absorvido se transforma, e se armazena, na biomassa.

A cada ciclo, as árvores crescem absorvendo gás carbônico e, se sofrerem combustão, devolvem para a atmosfera o carbono acumulado na madeira. Por essa razão, considera-se zerado o balanço de carbono oriundo de florestas plantadas.

Diferente conta se faz quando ocorre desmatamento das florestas nativas. Nesse caso as emissões de carbono das queimadas se contabilizam no efeito estufa do planeta. Idêntico procedimento se verifica na queima de petróleo, pois o negro combustível nada mais é do que acúmulo de matéria orgânica decomposta, ocorrido há milhões de anos.

Recentemente, visto o drama das mudanças climáticas, surgiram as florestas energéticas. O processamento da madeira com alta tecnologia gera um novo produto no mercado, conhecido como pellet - pequenos aglomerados secos que duplicam o poder calorífico da lenha comum. O fogo antigo moderniza-se e espanta o seu passado antiecológico.

Quem lidera, por aqui, a implantação de florestas energéticas é a Suzano, tradicional empresa do setor papeleiro, que anunciou vultosos investimentos nos novos negócios, de olho na Europa. Lá, as geradoras de energia precisam atender às rígidas diretivas que obrigam a aumentar a renovabilidade da matriz energética. Pellet da madeira tupiniquim vai limpar o Primeiro Mundo.

Esse movimento da economia de baixo carbono ajuda a turbinar a silvicultura no Brasil, atividade que já ocupa 6,5 milhões de hectares. Para comparação, os cafezais atingem 2,3 milhões de hectares plantados. Carregado por má fama no início, pelo fato de derrubar mata nativa, Cerrado principalmente, para plantar bosques homogêneos, o reflorestamento valoriza-se na agenda da economia verde.

O eucalipto, particularmente, está feliz, rompendo a velha sina de estragar o solo. Estudos como os do professor Barrichelo (Esalq-USP) comprovam que, afora o seu rápido crescimento, nada diferencia a demanda de água do eucalipto da advinda por outras árvores frondosas. Manejo florestal moderno protege, não compromete, os recursos hídricos.

Ambientalistas e ruralistas, perdidos no cansativo e infrutífero debate sobre o Código Florestal, bem que poderiam prestar mais atenção às reais oportunidades do mundo sustentável. Um olhar mais isento permitiria sair da agenda negativa do desmatamento e encarar o futuro. Nele, longe do preservacionismo puro e do vândalo produtivismo, se encontram as florestas energéticas.

Um patamar superior da produção no campo.

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