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Veículo: Jornal de Santa Catarina Data: 29/03/2013
Link: http://www.clicrbs.com.br/jsc/sc/impressa/4,180,4089382,21671 Assunto: Pouco comprador
Pouco comprador
Em um país em que se plantando, tudo dá, quando dá muito, alguém sempre acaba prejudicado. A supersafra de banana que ocorreu entre o final de 2012 e início de 2013 no Brasil atingiu Luis Alves, no Vale do Itajaí, em cheio.
Segundo maior produtor do Estado, o município, onde 12,3% dos 10,4 mil moradores trabalham na bananicultura, enfrenta uma grande variação no preço da caixa de banana caturra vendida pelo produtor – em 2012, o valor da caixa alcançou R$ 13,40 em maio e chegou em dezembro em R$ 3. Neste ano, segue na casa dos R$ 3, enquanto a cultura registra aumento dos custos e perda da produção. O último registro de um valor tão baixo pela caixa de 22 quilos foi em janeiro de 2009, segundo dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).
O engenheiro agrônomo da entidade, José Salvador, afirma que é natural que todas as culturas passem por altos e baixos. Normalmente, este ciclo ocorre a cada cinco anos. A última grande crise do setor em Luis Alves foi a praga Sigatoka Negra, que ataca o caule da bananeira, entre 2004 e 2005, quando a caixa da fruta chegou a ser vendida por R$ 1,50. Salvador lembra ainda que a variação de preços na agricultura é sazonal, de acordo com a época do ano.
No entanto, os produtores concordam que desde o início da bananicultura em Luis Alves, há cerca de 30 anos, não houve um período tão difícil. Nem tanto pelo preço de venda do produto, que ficou numa média de R$ 8,96 a caixa em 2012, mas pelo alto custo da produção – média de R$ 6 por caixa – e pelo aumento do índice de perda da fruta, que em algumas propriedades chegou a 30%.
– Há nove anos a atividade da banana está decaindo. A margem de lucro está ficando cada vez mais apertada – lamenta o presidente da Associação dos Bananicultores de Luis Alves (Abla) e também produtor, Aristeu Mittelmann.
A supersafra da banana não foi exclusividade de Luis Alves. Todo o país, devido à instabilidade do clima, acabou produzindo muito e praticamente ao mesmo tempo. No Sul do Brasil, a grande quantidade de chuva desde 2008 atrasou os picos de produção, que normalmente eram de maio a agosto. O resultado foi que em 2012, quando se registrou menos chuva, os três maiores produtores do país – Bahia, São Paulo e Santa Catarina – concentraram o grosso da colheita no fim do ano.
Porém, Luis Alves entra com desvantagem nesta disputa, principalmente porque no município a agricultura é familiar e não tem uma organização sólida de comercialização. A Bahia, por exemplo, além de contar com os 250 dias de sol ideais para a bananicultura, tem vastos terrenos disponíveis aos latifúndios – o que diminui os custos e ajuda na barganha dos preços. Lá, a mesma propriedade planta, colhe, climatiza, vende e entrega a produção.
Cooperativa é a melhor solução para ajudar produtores na crise
Para especialistas e economistas, a melhor forma de reverter a situação de Luis Alves, e se precaver contra o mesmo problema no futuro, é apostar no sistema de cooperativa. Professor sênior da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), João Alexio Scarpare Filho diz que a organização dos produtores em um sistema de cooperativa ajudaria a diminuir os custos, pois é possível barganhar a compra de insumos. Outro ponto positivo de trabalhar de forma cooperada, segundo Scarpare, é poder negociar de acordo com as regras do mercado, que exigem arrojo e competitividade.
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