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“Foi interessante ver, depois de tanto tempo coletando dados, que a Esalq constitui num lugar que possibilita a ocorrência de diversas espécies, desde as mais comuns até algumas ameaçadas e endêmicas. Isso se deve graças a existência de uma variedade de habitats no campus, tais como áreas alagadas, áreas urbanas, plantações e remanescentes florestais”, concluiu Alexandrino.

As tabelas e mais detalhes sobre as espécies encontradas no Campus Luiz de Queiroz constam no artigo científico Aves do campus Luiz de Queiroz (Piracicaba, SP) da Universidade de São Paulo: mais de 10 anos de observações neste ambiente antrópico, publicado em julho de 2013, na revista Atualidades Ornitológicas On-line. Este pode ser baixado no link

Voos mais baixos

Conhecido pela má aparência e o hábito de se alimentar de carniça, o urubu não é uma ave muito apreciada popularmente. Olhando para as pequenas garras afiadas, o bico enrugado e a ausência de penas na cabeça, a apresentação que se tem não é das melhores. No entanto, um casal da espécie surpreendeu professores, alunos e funcionários do Pavilhão de Zoologia da Esalq no último mês. Segundo o professor Gilberto José de Moraes, do

Departamento de Entomologia e Acarologia (LEA), eles sobrevoaram o Laboratório de Anatomia e Fisiologia Animal por aproximadamente um ano, até que nos últimos meses arriscaram uma aproximação maior ao pousar no jardim interno que cerca as salas do pavilhão. “De vez em quando eles desciam e ficavam em cima do suporte do ar-condicionado. Como os urubus não possuem cordas vocais, eles emitiam apenas um crocitado discreto. Nós até tentávamos espantá-los, mas eles voltavam”, conta.

De frente para um corredor onde transitam os alunos, o espaço frequentado pelo casal não sugeria a escolha de um lugar para fazer ninho, no entanto foi exatamente o que aconteceu. Ao final de junho foram encontrados dois ovos no chão, próximos a uma árvore ali plantada. Moraes relata que na falta de proteção, devido o ambiente ser aberto, a mãe os chocou durante o mês inteiro. “Nesses últimos dois meses fez bastante frio, além de chover, mas ela permaneceu ali o tempo todo independente das condições climáticas”.

Dia 30 de julho, quase um mês depois, os filhotes nasceram surpreendendo a todos que não conheciam a espécie recém-nascida, com sua penugem fina e clara. Apesar do pouco tempo de vida, eles não permitem aproximação, assim como a mãe, que só se ausenta para buscar comida. “Por volta das oito horas da manhã ela sai, mas volta rapidamente para alimentá-los. Independente da aparência não muito agradável, nós notamos o cuidado e dedicação que essa espécie apresenta em seu ciclo reprodutor”, conclui o professor. Os filhotes, que a cada dia estão em um canto diferente do jardim, continuam explorando a área selecionada pelos pais para o nascimento.

Fonte: Alícia Nascimento / Assessoria de Comunicação da Esalq

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