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Todas as ações de pesquisas levam em conta as práticas tradicionais locais, como o rodízio de áreas em produção e em pousio – a interrupção da cultura para um período de descanso. Na capoeira, área destinada a esse descanso, são introduzidas espécies selvagens em associação com o arranjo espacial das plantas.

“Essas estratégias tradicionais têm garantido a autossuficiência alimentar, a sustentabilidade no processo produtivo e a manutenção dos valores culturais dessas populações humanas”, disse Noda.

O cientista destacou ainda características das formas de produção tradicionais que favorecem a conservação in situ. “Nas áreas comunitárias onde ocorre o processo de conservação ou onde as espécies conservadas são compartilhadas pelas comunidades, com manejo e colheita comunitárias, há elevado nível de variabilidade genética mantida nos cultivos.”

Os propágulos – sementes e mudas – compartilhados são incorporados e mantidos pelos agricultores. “Esse compartilhamento dos recursos da agrobiodiversidade, por meio de uma rede sociocultural, reforça os mecanismos de manutenção da variabilidade genética e garante a segurança alimentar nas comunidades”, explicou.

Diálogos

Para Noda, a interação entre pesquisadores e agricultores vem estabelecendo novos diálogos entre a ciência e o saber tradicional. “O conhecimento derivado dessa relação tem produzido importantes subsídios para o entendimento da dinâmica evolutiva na domesticação das espécies cultivadas.”

O presidente da Fundação Bunge, Jacques Marcovitch, que coordenou as apresentações do seminário, destacou a importância da ampliação do diálogo a toda a comunidade científica do setor.

“Essas discussões apresentam, de um lado, a necessidade de aumento da eficiência e da produção e, de outro, a urgência da conservação e da proteção do meio ambiente, uma problemática de interesse global e que demanda o engajamento de todos”, disse.

Para Marcovitch, a premiação de Andreote e Noda está conectada à realidade da produção agrícola nacional e dos seus desafios. “Não conseguiremos alcançar nossos objetivos de produção sustentável para uma população crescente sem uma política agrícola consistente, sem conhecimento e sensibilidade para os eventos climáticos extremos e sem medidas que assegurem uma produtividade capaz de ampliar o plantio e a colheita, sempre associada a iniciativas de mitigação e adaptação recomendadas pela ciência e pelos nossos laureados”, disse.

O presidente da FAPESP, Celso Lafer, que acompanhou as palestras, disse que o seminário evidencia a preocupação das entidades em fazer com que o Prêmio Fundação Bunge não se restrinja às homenagens.

“Nosso objetivo é também oferecer oportunidades de discussão substanciais sobre os temas, e os

pesquisadores premiados contribuem de forma significativa para o envolvimento da comunidade científica na busca de soluções sustentáveis para nossa agricultura”, disse.

Mais informações sobre os laureados pela 59ª edição do Prêmio Fundação Bunge em www.fundacaobunge.org.br/projetos/premio-fundacao-bunge.

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