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USP ESALQ – A SSESSORIA DE C OMUNICAÇÃO

Veículo: Cosmo On Line Data: 04/02/2014

Link: http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/02/capa/nacional/151033-com-vazao-mais-baixa-em-50-anos-rio-piracicaba-agoniza.html

Assunto: Com vazão mais baixa em 50 anos, Rio Piracicaba agoniza

Com vazão mais baixa em 50 anos, Rio Piracicaba agoniza

Um rio que agoniza. É esse o Piracicaba que os nativos e os turistas têm como cartão-postal neste momento. Durante o mês de janeiro, choveu apenas 68 milímetros, sendo que a média histórica é de 335 milímetros para este período.

Diante desse cenário, o Piracicaba registra a vazão mais baixa dos últimos 50 anos, segundo informações do Consórcio PCJ (Comitê das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) e DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica). Em medição feita às 7h desta segunda-feira (3), a vazão era de 19,3 metros cúbicos por segundo e o nível era de 0,99 metro. Em janeiro do ano passado, esses números eram, respectivamente, 119,96 m3/s e 2,07 metros.

Segundo Luiz Roberto Moretti, diretor do Daee e secretário-executivo do PCJ, desde 1964 não se via uma vazão tão baixa. Para ele, a situação é bastante preocupante e exige cuidados da parte de quem utiliza a água das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. "Devem utilizar a água com racionalidade, evitando o desperdício. É uma situação atípica, anormal. Se não tivermos a reposição do regime normal de chuvas poderemos ter problemas muito sérios quando chegarmos ao meio do ano", alerta Moretti, se referindo à época da estiagem. "Se não fizermos uso racional, teremos de racionar e assim a situação fica mais complicada", enfatiza.

Quando chove?

E a previsão de chuvas para mudar esse cenário não é nada animadora. De acordo com o professor do Departamento de Engenharia e Biossistemas (LEB) da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), Fábio Marin, deve começar a chover timidamente só daqui a uma semana. "E a previsão aponta 2 milímetros por hora, cerca de 15mm a 20 mm por dia. É algo que não resolve a situação para o rio", observa ele. Mas fazer previsões exatas dez dias à frente é uma tarefa difícil, avisa.

Lamento

A reportagem da Gazeta percorreu alguns trechos do rio Piracicaba na tarde de ontem, do salto até a ponte do Morato. O fotógrafo Del Rodrigues entrou no Piracicaba um pouco acima da ponte Pênsil e seguiu quase sem nenhuma dificuldade até o início do salto, em busca da imagem perfeita, que mostraria a agonia do rio. E conseguiu. O salto parece mais uma montanha do que um rio. Para não molhar suas botas, ele as deixou em um trecho seco. O sol estava tão forte, que seus pés ficaram doloridos e, certamente, surgiriam bolhas.

Essa combinação - temperatura altíssima e pouca água - afastou os turistas do rio, que ontem à tarde estava solitário. Os poucos que se arriscavam por ali, apenas lamentavam. Edson Roberto Furlan, que tem um quiosque abaixo do Museu da Água, esperava vender sorvete, água e suco para quem estivesse de passagem. "Estou aqui há 20 anos e nunca vi isso", afirmou ele.

E quase não há o que se ver mesmo. Entre as pedras do salto, apenas fios de água escorrem, para formar dois maiores, embaixo da ponte pênsil, e uma espécie de lago mais abaixo, quase sem correnteza. O fotógrafo Davi Negri, 48, decidiu checar a situação de perto e atravessou o Piracicaba em seu salto. "A gente vê uma agonia danada", lamenta. Nas poças d'água que se formam, os peixes que tentam subir o rio para se reproduzir, em plena Piracema, apenas tentam. "Vi um cardume de lambaris tentando subir o rio, e eles começam a se debater, batem nas pedras quentes e não conseguem nadar". Um prato cheio para as garças que ficam à espreita.

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