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USP ESALQ – A
SSESSORIA DE
C
OMUNICAÇÃO
Veículo: Jornal da USP
Data: 12/11/2015
Caderno/Link: Página 8
Assunto: Compostos da flora brasileira são testados no manejo de pragas
Compostos da flora brasileira são testados no manejo de pragas
Pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba,
identificou e caracterizou substâncias sintetizadas pelo metabolismo secundário (aleloquímicos)
de espécies de anonáceas neotropicais da flora brasileira e avaliou o seu potencial de uso no
manejo de pragas de importância para a agricultura do País. O estudo realizado pelo engenheiro
agrônomo Leandro do Prado Ribeiro no Programa de Pós-graduação em Entomologia da Esalq
também verificou a compatibilidade das substâncias com agentes de controle microbiano.
Inicialmente, o pesquisador realizou uma triagem em diferentes estruturas (folhas, ramos e
sementes) de 29 espécies de
Annonaceae
(o que representa 7,5% de todas as espécies desta
família descritas no Brasil ) pertencentes a 11 diferentes gêneros (
Anaxagorea, Annona,
Duguetia, Ephedranthus, Guatteria, Hornschuchia, Oxandra, Porcelia, Pseudoxandra,
Unonopsis
e
Xylopia
). “Há várias designações populares para as espécies dessa família, sendo
as mais conhecidas a graviola (Annona muricata) e a fruta-do-conde (
Annona squamosa
)”, conta.
Ribeiro afirma que há diferentes formas de extração de compostos secundários (aleloquímicos)
de plantas, o que depende das características químicas dos compostos de interesse. “Em geral,
utiliza-se solventes orgânicos ou aquosos ou mesmo a hidrodestilação (arraste de vapor), neste
último caso para compostos voláteis e de baixo peso molecular”, explica.
O estudo foi conduzido de forma biomonitorada, ou seja, utilizou-se um bioensaio para verificar a
atividade inseticida frente ao gorgulho-do-milho (inseto bioindicador do estudo) em cada etapa do
processo de isolamento dos compostos. “O resultado dos bioensaios determinaram a presença
de compostos ativos e a seleção dos extratos e frações que deveriam prosseguir no processo de
fracionamento cromatográfico”, diz Ribeiro.
Ações acaricida e inseticida
A pesquisa contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp) e isolou novos compostos, que demonstraram promissoras ações acaricida e inseticida,
além de serem compatíveis com agentes de controle microbiano. “Estudos de síntese e semi-
síntese e de otimização dos processos de obtenção a partir de fontes naturais estão sendo
realizados, os quais poderão resultar no desenvolvimento de novos pesticidas sintéticos
produzidos com base nos esqueletos moleculares dos compostos caracterizados ou mesmo na
formulação de novos inseticidas botânicos (‘não sintéticos’) que poderão ser disponibilizados no
mercado brasileiro”, destaca.
Inseticidas botânicos, elaborados com base em compostos de plantas, são utilizados no manejo
de diferentes pragas de importância agrícola, veterinária e domissanitária. “Algumas formulações
já encontram-se disponíveis no mercado brasileiro, em pequenas quantidades, e mundial,
especialmente na China, Índia e Estados Unidos”, relata o agrônomo. Os pesticidas botânicos
podem constituir-se em um importante componente do manejo integrado de diferentes espécies-
praga em distintos sistemas de produção. “Além disso, novos pesticidas sintéticos podem ser
produzidos com base nos esqueletos moleculares [protótipos-modelo] dos compostos produzidos
pelo metabolismo secundário de plantas”, conclui Ribeiro.
Com orientação do professor José Djair Vendramim, do Departamento de Entomologia e
Acarologia (LEA), o trabalho foi realizado por meio da parceria do Laboratório de Resistência de
Plantas a Insetos e Plantas Inseticidas da Esalq, com o Departamento de Química da
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