A pesquisa mostou outro fato novo. O número apontado na análise é maior do que a previsão
indicada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Para o órgão, segundo o pesquisador, o país possui 29 milhões de hectares irrigáveis. O G1 entrou
em contato com a FAO para confirmar a extensão da área irrigável do Brasil e saber quais foram as
metodologias aplicadas na medição das terras, mas não obteve retorno.
Alimentos
Questionado sobre quais cultivos e alimentos podem ser beneficiados, Durval Neto mencionou o feijão
e o milho.
"O cultivo de feijão, se feito em agricultura de sequeiro, aquela onde o terreno recebe pouca chuva,
costuma render até 800 quilos por hectare, mas quando irrigado pode chegar até 3 mil quilos por
hectare", disse. No caso do milho, a produção pode dobrar, de 4 mil quilos por hectare para oito mil,
segundo ele.
Ele alerta, entretanto, para a necessidade de se adotar um sistema de irrigação com viabilidade
econômica. "O importante é conseguir produzir na mesma área de cultivo e em consonância com a
economia e preservação. Por isso, é preciso avaliar se o ganho paga o investimento na técnica.
Importância como fornecedor
Durval Neto ressaltou a importância dos resultados da pesquisa para necessidades sociais
emergentes. “Só há condição de preservar e melhorar a qualidade de vida onde temos agricultura
irrigada. Já sabemos quanto podemos avançar, já estamos dando subsídios para que o governo faça
um planejamento de longo prazo”, completou.
O acadêmico apontou ainda a necessidade de se investir em infraestrutura, estradas e geração de
energia para que a expansão da área irrigável possa ser feita.
Prédio principal da Esalq, campus da USP
em Piraicaba (Foto: Claudia Assencio/G1)
“Para que haja preservação ambiental e justiça social, temos que gerar e distribuir riquezas, ou seja,
acumular capital e propiciar desenvolvimento. A função da universidade é gerar conhecimento e
transformar isso em recursos para o bem comum”, afirmou.
Em trecho do estudo, publicado pela Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem, os
pesquisadores ressaltaram que ele ditará o ritmo da expansão são as demandas interna e externa