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« Previous Page Table of Contents Next Page »Estava muito nervosa, chorava muito, não pensei direito. Mas, no dia seguinte, quando fui ao banheiro, tinha sangue na minha calcinha e foi aí que tive certeza que não era um mal entendido.
Como tinha uma viagem programada ao Japão para os dias seguintes, Bianca só procurou a universidade para pedir a abertura de sindicância. A assistente social do campus, no entanto, disse que o rapaz já tinha se antecipado e contado uma versão diferente, segundo a qual Bianca teria dado a entender que havia concordado com a relação sexual.
Documento: Relatório indica violência crônica na FMUSP
Quando ouvi aquilo, fiquei muito nervosa e minha amiga teve de me segurar para eu não virar a mesa em cima dela (assistente). Me aconselharam a não abrir sindicância. Disseram que como não havia provas e eu estava bêbada, não daria em nada. Também disseram que eu estragaria a vida do rapaz e ainda poderia ser processada por ele
Bianca não aceitou: foi à polícia, fez um boletim de ocorrência no dia 30 de julho e entregou cópias para a assistente social da unidade, para o setor de segurança, para o prefeito do campus e para a diretoria da unidade.
Especialista: Estupro na USP é culpa da negligência da faculdade com trote
Um tempo depois, uma amiga contou a ela que o agressor a havia procurado em seu dormitório. Bianca não estava, mas ficou preocupada com a segurança das colegas. Com medo, mais uma vez, recorreu à segurança do campus para pedir vigilância e requisitou as imagens de segurança que provariam que ele a havia procurado
Preenchi um boletim interno, mas nunca me deram uma cópia. Pedi cinco vezes. Também perguntei das fitas e me questionavam como eu podia ter certeza de que o cara não queria apenas conversar." Ela nunca teve acesso a nada. "Nunca me deram.
Depressão
Apesar de todas as tentativas para que a USP abrisse uma investigação, nada foi apurado. Por conta do medo e da revolta, Bianca ainda desenvolveu uma depressão, que a prejudicou nas aulas.
Já tinha tido um quadro de depressão e, por causa disso, tive uma recaída. Emagreci 8 quilos", relata. Ela conta que encontrava o agressor no restaurante do campus e perdia a fome. Sempre gostei de festa e nunca mais fui a nenhuma depois disso.
De volta a São Paulo, a história ganhou repercussão dentro da universidade e a diretoria prometeu, no final do ano passado, abrir uma investigação para apurar as denúncias do campus do interior.
Bianca diz acreditar que, com a repercussão do caso, o culpado possa ser punido e outras estudantes não sejam vítimas da mesma violência a qual ela foi submetida.
CPI do trote
A CPI foi instaurada em dezembro do ano passado e, na audiência desta quarta (14), ouviu Bianca e outros cinco estudantes de outras três universidades. Ao todo, a CPI já ouviu 27 alunos. Na tarde desta quinta (15), os deputados tomarão o depoimento de José Otavio Costa Auler Junior, diretor da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e Edmund Chada Baracat, presidente da Comissão de Graduação da Faculdade de Medicina da USP. Denúncias feitas por estudantes da FMUSP motivaram a abertura da CPI.
A comissão tem até o dia 15 de março quando termina a atual legislatura e os congressistas eleitos tomam posse para encerrar as investigações. Adriano Diogo diz que o tempo é insuficiente e pede para que os eleitos não deixem de continuar as investigações. Diogo não foi reeleito para a próxima legislatura.
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