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USP ESALQ – A SSESSORIA DE C OMUNICAÇÃO Veículo: Maxpress Data: 23/01/2015

Caderno/Link:http://www.maxpressnet.com.br/Conteudo/1,731165,Falta_de_chuvas_nao_e _unica_razao_da_crise_do_Cantareira,731165,7.htm

Assunto: Falta de chuvas não é a única razão da crise do Cantareira

Falta de chuvas não é única razão da crise do Cantareira

A atual situação do Sistema Cantareira é um problema de governança, acentuado pelas questões climáticas e por sua realidade socioambiental. A partir desta afirmação e, considerando a importância da gestão ambiental dos sistemas de abastecimento de água e a discussão sobre a problemática dos recursos hídricos, a mestre e doutora em Ecologia Aplicada Micheli Kowalczuk Machado avaliou, entre 2013 e 2014, a governança e o diálogo de saberes que envolvem o Sistema Cantareira.

Atualmente, a outorga do Sistema Cantareira é da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), concedida em agosto de 2004 com o prazo de 10 anos. Apesar de vencer em agosto de 2014, sua vigência foi prorrogada até 31 de outubro de 2015 (Resolução Conjunta ANA-DAEE no. 910, de 07 de junho de 2014). É claro que a Sabesp tem enorme responsabilidade sobre esse Sistema, mas temos que considerar também a responsabilidade do governo, dos Conselhos Gestores das Unidades de Conservação, dos Comitês de Bacias Hidrográficas e da sociedade civil em geral. São todos atores que interferem diretamente na realidade do Sistema, relata Micheli.

O Cantareira é um dos maiores sistemas de água do país, sendo destinado à captação e tratamento de água para o abastecimento de cerca de 8,8 milhões de pessoas da Grande São Paulo. Sua realidade socioambiental está envolvida com temas como gestão da água, conflitos de uso, conservação ambiental e disponibilidade hídrica. Sua importância regional e nacional, por si só, justifica estudos em diversas áreas, explica Micheli. No entanto, várias organizações e instituições que atuam no Cantareira, apesar de terem objetivos comuns, não interagem entre si, acrescenta a pesquisadora.

Segundo Micheli, as ações desenvolvidas geralmente estão relacionadas com obras de infraestrutura e saneamento, isso quando elas acontecem. Entretanto, fatores como a vontade política; a demanda crescente pelo uso da água; a degradação ambiental dos mananciais; a expansão urbana desordenada; o desperdício no próprio Sistema e a falta de um real envolvimento e conhecimento da população acerca da realidade existente na área demonstram que não se trata somente de um problema de falta de chuvas. Por essa razão, a pesquisadora decidiu avaliar como são e como devem ser a governança e o diálogo de saberes que envolvem o Sistema.

A especialista em educação ambiental adotou como metodologia uma pesquisa qualitativa realizada em três fases: exploratória, trabalho no campo e análise dos resultados. Primeiramente, Micheli se envolveu na pesquisa bibliográfica e na aplicação de questionários com perguntas abertas para os representantes de todos os 79 organismos consultivos e gestores presentes no Sistema Cantareira. Depois, foram realizadas 18 entrevistas com representantes do Conselho da Área de Proteção Ambiental (APA) Fernão Dias, em Minas Gerais; Conselho Gestor Unificado das APAs Piracicaba/Juqueri-Mirim Área II, do Sistema Cantareira e da Represa Bairro da Usina, em São Paulo; e Comitê Federal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Por fim, foi realizada a análise dos resultados, com apresentação de um mapa que demonstra a sobreposição das Unidades de Conservação e dos Comitês de Bacias Hidrográficas do Sistema Cantareira e a apresentação e sistematização dos dados obtidos nas fases anteriores.

A pesquisa, que foi orientada pela professora Maria Elisa de Paula Eduardo Garavello, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/ESALQ), e realizada no Programa de Pós-Graduação (PPG) em Ecologia Aplicada interunidades (ESALQ/CENA), demonstra que atualmente não existe nenhum tipo de mecanismo de interação entre as

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