USP ESALQ – A
SSESSORIA DE
C
OMUNICAÇÃO
Veículo: G1
Data: 19/04/2015
Caderno/Link:
Assunto: Pesquisa da USP aponta que vazão anual do Rio Piracicaba tende a cair
Pesquisa da USP aponta que vazão anual do Rio Piracicaba tende a
cair
Estudo da USP prevê redução na vazão da bacia do Rio Piracicaba (Foto: Paulo Guilherme
Molin/Arquivo)
Um estudo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), campus da USP em Piracicaba
(SP), avaliou a influência da cobertura arbórea na bacia do Rio Piracicaba. O pesquisador Paulo
Guilherme Molin, doutor em Recursos Florestais, criou três cenários considerando as possíveis variações
florestais nos próximos 35 anos e constatou que, em dois deles, a vazão anual do rio tende a diminuir.
Molin iniciou a pesquisa com a análise de imagens de satélites da cobertura florestal na bacia do Rio
Piracicaba nos anos de 1990, 2000 e 2010. O pesquisador verificou os aspectos que contribuem para o
crescimento e supressão de florestas na bacia. Quando falamos em cobertura florestal, estamos falando
de uma composição de árvores. É como se estivesse olhando por cima para ver a quantidade de área
ocupada por florestas, explicou.
Em seguida, usou softwares especializados e simulou o avanço espacial da cobertura florestal e da vazão
de água da bacia do Rio Piracicaba de dez em dez anos, até 2050, com base nos fatores que possibilitam
e dificultam esse processo. A metodologia já existe. O que eu fiz foi uma calibração dos dados virtuais
com base em dados reais. E a partir daí, foi feito um simulado para certo acontecimento no futuro, relatou.
Também com uso dos softwares, Molin verificou a influência da mudança de cobertura florestal na
biodiversidade e no habitat em todas as situações simuladas. O crescimento de uma árvore consome
água. Então, quando se plantam muitas árvores ao mesmo tempo ou surge muita floresta ao mesmo
tempo, o consumo de água vai ser maior. Até por isso dizem que o eucalipto seca o solo, na verdade, é
porque, geralmente, se plantam muitos ao mesmo tempo e isso demanda muita água, explicou.
Molin acredita que simulação servirá de incentivo para gestões (Foto: Caio Albuquerque/Esalq)
Cenários
Na segunda parte da pesquisa, Molin criou três cenários, com porcentagens de cobertura arbórea
diferentes em que o modelo indica espacialmente onde as florestas serão alocadas ou suprimidas. Um
deles manteve o padrão de mudança de cobertura florestal apresentado no período de 2000 para 2010.
O outro manteve o mesmo padrão sem o efeito de supressão e o terceiro cenário considerou que a bacia
possuiria todas as áreas de preservação permanente florestadas, conforme o Código Florestal, em que
todos os proprietários devem plantar suas Áreas de Proteção Permanente (APP).
Resultados
Com a pesquisa, tornou-se possível prever a situação da bacia do Rio Piracicaba e de seus serviços
ecossistêmicos a partir dos cenários simulados pelo pesquisador. No primeiro cenário, o estudo mostra
que a cobertura florestal vai atingir 22,4% até 2050, contra as atuais 21,8% e a média anual de vazão do
rio aumentará um pouco, com alguns picos de vazão maiores que as atuais.
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