USP ESALQ – A
SSESSORIA DE
C
OMUNICAÇÃO
Veículo: Eco & Ação
Data: 13/05/2015
Caderno/Link:
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Assunto: Pesquisa utiliza água para irrigação de mini melancias
Pesquisa utiliza água salina para irrigação de mini melancias
Objetivo foi avaliar efeitos da salinização e incremento de CO2 na cultura da fruta
Experimentos realizados Programa de Pós-graduação (PPG) de Engenharia de Sistemas Agrícolas, do
Departamento de Engenharia de Biossistemas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq)
da USP, em Piracicaba, teve como objetivo avaliar os efeitos da salinização e do incremento de CO2
atmosférico, especificamente na cultura de mini melancia. A pesquisa é do engenheiro agrônomo e mestre
em Engenharia Agrícola, Alan Bernard Oliveira de Sousa, que teve como orientador o Sérgio Nascimento
Duarte.
É muito comum encontrar, nas regiões semiáridas, problemas relacionados à salinização de água e do
solo. Em algumas localidades, existe água de baixa qualidade que não pode ser utilizada para o consumo
humano a não ser que passe por um processo de dessalinização e os dessalinizadores ainda são
onerosos e precisam de manutenção especializada. Ao mesmo tempo, o incremento de gases causadores
do efeito estufa, como é o caso do CO2, pode afetar o desenvolvimento dos vegetais.
Sousa explica que, na escolha da cultura para desenvolver a tese, procurou eleger aquelas que pudessem
ser produzidas em ambiente protegido (casa de vegetação). Apesar da melancia, de uma forma geral, ser
uma planta de comportamento rasteiro, um trabalho realizado pelo Departamento de Produção Vegetal
da Esalq e publicado como cartilha, apresenta metodologia para condução vertical de mini melancia, ideal
para produção nesse ambiente protegido, afirma. Segundo o pesquisador, a mini melancia apresenta,
também, maior valor agregado em comparação à melancia comum. Ela possui tamanho menor, cultivares
com ausência de semente, entre outras características que facilitam seu consumo por famílias pequenas
ou individualmente, acrescenta. Além disso, a fruta apresenta maior adaptação às características
climáticas das regiões semiáridas, sendo produzida, principalmente, em estados da região Nordeste do
país.
Estresse e salinidade O estudo foi divido em duas etapas, sendo a primeira desenvolvida no
Departamento de Engenharia de Biossistemas e direcionada a avaliar as características da planta em
relação à concentração de sais na água de irrigação, sem que a produção fosse afetada. Além disso,
observou-se a resposta da cultura ao estresse ocasionado pela salinidade. Foi avaliado o
desenvolvimento da mini melancia até a obtenção do fruto, verificando se houve algum efeito na sua
qualidade, conta Sousa. Neste experimento, foi possível verificar que a cultura possui tolerância moderada
à salinidade, semelhante à melancia comum. Isso quer dizer que podemos utilizar água salina para sua
produção, contanto que a concentração não passe 2,5 de dS/m (deciSiemens por metro).
Já a segunda etapa foi conduzida em uma câmara de crescimento da Embrapa Informática Agropecuária
(Campinas SP) e avaliou o desenvolvimento da mini melancia em um ambiente com o dobro da
concentração atual de CO2. Pôde-se observar que o incremento do gás na atmosfera favoreceu o
aumento do tamanho do fruto, tanto irrigado com água salina quanto com água de boa qualidade. Apesar
do CO2 ser um gás que favorece o efeito estufa, o aumento da concentração desse gás na atmosfera irá
melhorar o rendimento da produção de frutos de mini melancia. A obtenção da salinidade da água nos
dois experimentos foi realizada por meio de sais oriundos de adubos para fertirrigação e pela adição
artificial de sais comumente encontrados na água.
Segundo o pesquisador, o estudo mostra que a cultura de mini melancia não é tão sensível à salinidade e
que o modelo de cultivo vertical, bem como a utilização de água de baixa qualidade, podem ser utilizados
em ambiente protegido sob fertirrigação. Esse trabalho é um primeiro passo para estudar como as
mudanças ocasionadas no incremento de gases na atmosfera podem afetar o desenvolvimento da mini
melancia, afirma. Sousa salienta, ainda, que devem existir outros estudos que avaliem as respostas dessa