USP ESALQ – A
SSESSORIA DE
C
OMUNICAÇÃO
Veículo: Maxpress
Data: 06/07/2015
Caderno/Link:http://www.maxpressnet.com.br/Conteudo/1,767561,Estacao_Experimental_d
e_Itatinga_e_area_de_ocorrencia_de_mamiferos_ameacados_de_extincao,767561,8.htm
Assunto: Estação Experimental de Itatinga é área de ocorrência de mamíferos ameaçados
de extinção
Estação Experimental de Itatinga é área de ocorrência de mamíferos
ameaçados de extinção
Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e onça-parda (Puma
concolor) são alguns dos animais que estão na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção,
elaborara pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). E a Estação
Experimental de Ciências Florestais de Itatinga (EECF-Itatinga), da Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz (USP/ESALQ), parece ser um excelente local para a conservação da fauna brasileira e
especificamente dessas espécies. A constatação faz parte do estudo coordenado pela professora Katia
Maria Paschoaletto Micchi de Barros Ferraz, responsável pelo Laboratório de Ecologia, Manejo e
Conservação de Fauna Silvestre (LEMaC), do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ.
Com o objetivo de realizar um inventário de mamíferos de médio e grande porte da Estação Experimental
de Itatinga e verificar quais espécies ocorrem na área, a estudante de biologia da Universidade Metodista
de Piracicaba (Unimep), Letícia Munhoes, orientada pela professora Katia, e com colaboração da
doutoranda do Programa de Pós-graduação (PPG) em Recursos Florestais, Maísa Ziviani Alves, está
desenvolvendo pesquisa para identificar os mamíferos que estão presentes e que utilizam as áreas de
vegetação nativa e os plantios de eucalipto do local. Para isso, a estudante utiliza armadilhas fotográficas,
método amplamente utilizado em estudos de mamíferos de médio e grande porte. As armadilhas são
distribuídas aos pares, em pontos amostrais, por toda a área da Estação, explica Letícia.
O projeto teve início em maio deste ano e, com apenas 30 dias de amostragem, foi possível registrar
diversas espécies. A descoberta surpreendeu a todos, pois o tamanduá-bandeira, o lobo-guará e a onça-
parda estão presentes em listas de espécies ameaçadas de extinção. Além disso, o tamanduá-bandeira e
o lobo-guará são sensíveis à fragmentação de habitats, sendo sua ocorrência no local de extrema
importância para a Estação, conta Maísa.
Até o momento, foram registradas 11 espécies, sendo estas cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), gambá-
de-orelha-branca (Didelphis albiventris), irara (Eira barbara), lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), onça-
parda (Puma concolor), quati (Nasua nasua), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), tamanduá-
mirim (Tamandua tetradactyla), tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), tatu-peba (Euphractus sexcinctus) e
veado-catingueiro (Mazama gouazoubira).
Segundo Katia, os resultados, ainda que parciais, evidenciam a importância da Estação para a
conservação da biodiversidade local e regional, destacando-se como viável e compatível a interface entre
sistema produtivo e conservação. A presença de espécies em categoria de ameaça à extinção em área de
vegetação nativa permeadas por plantio de eucalipto mostra a importância das florestas plantadas como
conectoras de paisagem, permitindo o deslocamento de mamíferos de médio e grande porte.
Para a professora, o estudo também demonstra que os plantios de eucalipto contribuem com espécies de
menor porte, compondo uma significativa base de presas. Os resultados deste estudo fornecerão
informações para elaboração de planos de manejo para a área, visando à conservação das espécies
presentes, afirmou.
A pesquisa tem apoio da Superintendência de Gestão Ambiental da Universidade de São Paulo
(SGA/USP), Plano Diretor Socioambiental Participativo do Campus Luiz de Queiroz e Departamento de
Ciências Florestais da ESALQ. A primeira amostragem deve ser finalizada no mês de setembro, mas,
como afirma Katia, a intenção é dar continuidade ao estudo.