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DetalhesdaESALQ

ProjetoMemória

Ano XI Número 36 ju 8

Prédio “Osmar Francisco Mantel

“Meu limite é o horizonte”

convicção”

Nascido em 2 de julho de 1938, na zona rural de Piratininga (SP), na região de Bauru (SP), João Walter Simões foi criado na fa-zenda. Cresceu ao lado de vários primos, acos-tumado com as atividades de agricultura e pecuária. “Toda minha infância eu vivi longe da cidade, meu pai era lavrador e, por isso, vivenciei e peguei gosto pela vida na natureza. Sou caboclo assumido e aprendi muito das lides rurais, daí a preferência pela agronomia. Por viver sempre em contato com a natureza, eu não sirvo para viver ou trabalhar em ambi-entes fechados. Meu limite é o horizonte”. João gostava de agronomia, mas não ti-nha informação sobre a existência de um cur-so. Em 1957, quando ainda cursava o cientí-fico no colégio “Ernesto Monte”, em Bauru (SP), encontrou um folheto de divulgação da ESALQ. “A vocação existia, só faltava saber da Escola. Assim, juntei a fome com a vonta-de de comer e estava decidido a cursar Enge-nhariaAgronômica, mas como fazer o cursi-nho vestibular?”.

Segundo Simões, só havia cursos prepa-ratórios em São Paulo e o ex-menino da fa-zenda seguiu para a capital do Estado. “Para sobreviver em São Paulo, trabalhava no Ban-co do Povo S.A., mas o expediente bancário conflitava com o do cursinho. Então com-prei, em um sebo, lá noViaduto do Chá apos-tilas referentes às disciplinas e voltei para a fazenda. Estudava sozinho”. Em 1959, veio de trem prestar o vestibular. “Eu vim de trem para fazer o vestibular, de Duartina até Rio Claro e de lá pegávamos uma jardineira, em estrada de terra, para chegar em Piracicaba”. Foi aprovado em terceira chamada. Em Piracicaba, morou em uma pensão no centro da cidade. “Morei na esquina da rua XV de Novembro com a São João”.

Durante a graduação, foi agraciado com uma bolsa de estudos da empresa norte-ame-ricanaAnderson Clayton. “Durante os cinco anos do curso, a bolsa me imbuia também do compromisso de fazer estágio de férias nas

fazendas com cultivo de leguminosas para a produção de óleos vegetais; na época, de amen-doim e algodão, soja nem se plantava”. O contato com essas culturas direcionou sua formação e cursou a diversificação (no-menclatura usada para especialização) em Fitotecnia. “Como gostava de todas as cultu-ras, assistia também as aulas de Silvicultura”. No último semestre de 1963, o colega Pieter Willem Prange, que estagiava na então 22 ª Cadeira, de Silvicultura, foi o encarrega-do de um recado muito especial e definitivo. “Ele me deu o recado do professor Helládio doAmaral Mello, então chefe daquela Cadei-ra, para ir falar com ele. Assim, fez-me o convite para assumir como docente em uma das recém-criadas vagas nessa cátedra ainda em formação. E lá estava uma na qual me encaixava: Reflorestamento, ou seja, planta-ção de árvores para produção de madeiras. Como fitotecnista, fiquei bastante confortá-vel naquilo que sempre foi minha vocação, trabalhar a terra e cultivar plantas”. Em março de 1964 foi contratado pela USP e, durante as três décadas como docen-te, foi responsável por inúmeras atribuições, acadêmicas e administrativas. Foi encarrega-do do setor de Manejo Florestal do Departa-mento de Ciências Florestais (LCF), coorde-nando disciplinas de graduação e de pós-gra-duação. Entre 1979 e 1984 foi chefe do De-partamento e, no biênio 1989-90, atou como diretor da Divisão de Administração da Pre-feitura do Campus da USP em Piracicaba. Em dois períodos, entre abril de 1979 e mar-ço de 1983 e entre novembro de 1992 e mar-ço de 1994, foi diretor científico do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (Ipef). Durante sua trajetória, destaca-se ainda o trabalho de desbravador e instalador dos ex-perimentos na Estação Experimental Flores-tal em Anhembi. “Participei dos primeiros plantios de eucalipto, em 1974, e nos vinte anos sequentes. Hoje temos árvores lá com 40 metros e 60 cm de diâmetro!”.

Prestou consultoria e ministrou cursos de pós-graduação em países como Colôm-bia, Bolívia, Nicarágua e Cuba. Aposentou-se em 1994 e, em 2013, completou seu cinquentenário de formatura. “Durante a ce-rimônia comemorativa dessa data, fixamos uma placa em uma samaúma - a maior árvore da Amazônia - plantada por mim, em 1965, próxima ao Pavilhão de Horticultura”. Aos 75 anos, João Walter Simões conti-nua trabalhando, hoje como pecuarista nas terras onde cresceu, em Piratininga. “Brinco com os meus colegas que, se agora tivesse que cursar uma faculdade, escolheria nova-menteAgronomia. Sou agricolão, de nascen-ça e por convicção”.

Nas horas vagas, faz talvez o que mais gosta: planta árvores. “Acabei de plantar aqui no campus , em frente ao restaurante dos do-centes, uma muda robusta de jaracatiá, árvo-re rara, que produzi no meu quintal”.

Construída em 1945, a edificação já abrig serralheria do Departamento de Produ Vegetal (LPV). Em 6 de abril de 2014, o pr recebeu o nome de “Osmar Franc Mantelato”. Desde essa data, passou a s sede do escritório regional da Superintendê do Espaço Físico (SEF), no Campus “Lui Queiroz”. O projeto de reforma não pr ampliação, somente adequações, mantendo m² de área construída.

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