Professora da Itália ministrou treinamento sobre controle biológico por meio de edição de genomas

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Professora Sabrina Sarrocco durante treinamento realizado na Esalq (crédito: Caio Albuquerque)
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Doutora pela Universidade de Pisa, Itália, a professora Sabrina Sarrocco ministrou um treinamento sobre edição de genomas pela técnica CRISPR-Cas aplicada ao controle biológico. O curso aconteceu entre os dias 30 de setembro a 11 de outubro, no departamento de Fitopatologia e Nematologia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP).

Durante as aulas, a professora tratou de biopesticidas para manejo de doenças de plantas. O conteúdo envolveu os mecanismos de ação e novas perspectivas proporcionadas pela edição de genomas pela técnica CRISPR-Cas. “É uma ferramenta muito importante, com ela é possível editar um isolado específico para que seja mais eficiente e também manipular microrganismos para que se adaptem melhor em um determinado meio. Acredito que tenha muito potencial, especialmente para o futuro”, disse Sarrocco.

O treinamento também abordou técnicas de isolamento, identificação molecular e mecanismos de ação de agentes de biocontrole. “A professora trouxe uma visão do mercado de controle biológico da Europa, que está bem mais desenvolvido que o nosso. Além disso, trouxe uma grande novidade, a técnica de manipulação genética de microrganismo para fazer edição de um determinado gene, que resulta em uma melhora deste microrganismo como agente de controle biológico”, falou o professor do departamento de Fitopatologia e Nematologia, Nelson Sidnei Massola Junior, coordenador do evento.

A técnica CRISPR-Cas possibilita uma forma de silenciar genes ou modificar sua expressão sem adicionar DNA. A professora conta que espera que os participantes possam aplicar a ferramenta em suas próprias realidades no Brasil. “É uma boa experiência para mim, estou aqui para trazer informações sobre os biopesticidas, como podem ser usados, mas com uma visão europeia. É uma troca de experiência entre mim e as pessoas que estão acompanhando o curso, que podem me atualizar sobre a situação no Brasil. Tem sido uma experiência estimulante”, contou Sarrocco.

Os participantes foram alunos de graduação do curso de Engenharia Agronômica, pós-graduação em Fitopatologia e Entomologia, Genética e de empresas ligadas a produtos de controle biológico, como Biovalens e Koppert, além de pesquisadores de outras universidades e institutos de pesquisa. O treinamento teve o apoio da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) e patrocínio da Biovalens.

Ligada ao Departamento de Ciências Agrárias, Alimentares e Agroambientais, da Universidade de Pisa, Sabrina Sarrocco participa ativamente, em nível mundial, de congressos e eventos sobre controle biológico e fitopatologia, com uma série de trabalhos de impacto publicados sobre os temas. É curadora da coleção micológica da Universidade de Pisa, que contém mais de 7 mil linhagens de fungos associados às plantas. Em seu laboratório, já foram isoladas algumas linhagens utilizadas comercialmente em biopesticidas. Atualmente, vem dedicando especial atenção à técnica CRISPR-Cas.

Texto: Letícia Santin | Estagiária de jornalismo

Revisão: Caio Albuquerque

17/10/2019