Sistema TEMPOCAMPO divulga boletim de abril

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O mês de abril foi marcado pela redução do volume de chuvas em algumas regiões agrícolas do país. Na Região Sudeste e Sul foram registrados valores no intervalo de 30 a 90 mm, destacando-se os estados de São Paulo e Paraná, onde o acumulado não passou de 30 mm, com exceção de alguns pontos isolados. O acumulado de chuvas no Centro-Oeste foi no intervalo de 30 mm a 120 mm. Por outro lado, no Norte, MATOPIBA e Nordeste os volumes de chuva foram maiores, oscilando entre 60 e 240 mm.  

Devido às chuvas esparsas em abril, o armazenamento hídrico foi inferior a 30% em partes das Regiões Sudeste, Sul, Nordeste, bem como no estado de Goiás. Com isso houve restrição hídrica, pois o volume de chuva não foi suficiente para atender às altas taxas de evapotranspiração e assegurar a umidade do solo. Nos outros estados do Centro-Oeste a umidade foi de 30% a 75%. No MATOPIBA, o armazenamento hídrico foi no intervalo de 15 a 90%, destacando-se o Maranhão, onde a umidade foi superior a 75%.  

Na Região Sudeste as temperaturas máximas ficaram entre 25°C e 29°C, podendo atingir valores inferiores a 25°C em pontos isolados. No Norte e Centro-Oeste as temperaturas máximas ficaram entre 25° e 31°C, enquanto no Sul as máximas foram inferiores a 25°C podendo atingir 29°C. Já na Região Nordeste as temperaturas máximas variaram de 27 a 33°C.  

Em partes das Regiões Norte e Nordeste foram registrados os maiores valores de temperatura mínima, sempre acima de 23°C, enquanto nas demais localidades as mínimas variaram entre 19 e 23°C. Já na Região Sudeste e Sul, foram registradas mínimas inferiores a 16°C. No Centro-Oeste as mínimas variaram entre 16°C e 23°C, onde se destacam Goiás e o Leste do Mato Grosso do Sul, nos quais foram registradas temperaturas mínimas inferiores a 19°C.   

Tempo e agricultura brasileira 

A semeadura tardia do milho safrinha em boa parte do Brasil, por causa do atraso no plantio e colheita da soja, resultou em maior risco climático para as lavouras. A baixa precipitação nas últimas semanas de abril poderá limitar o potencial produtivo das lavouras de milho safrinha em importantes regiões produtoras do país.  

No Paraná, onde o milho é importante para garantir o suprimento de suas granjas de suínos e frangos, deve haver queda de produtividade nas lavouras, principalmente nas regiões Norte e Oeste do estado. No Mato Grosso do Sul o cenário é semelhante e, caso a seca continue ao longo de maio, as lavouras podem ser ainda mais impactadas com perdas severas de produtividade. Ressalta-se que foram registradas boas chuvas nos últimos dias de abril no estado, porém, a recuperação das plantações dependerá da regularidade da chuva nas próximas semanas. Já no Mato Grosso, as chuvas foram mais regulares em abril e, apesar da precipitação abaixo da média, as lavouras encontraram condições razoáveis de crescimento.  

 A segunda safra de feijão também deve ser afetada no Paraná, caso a estiagem que vem ocorrendo no estado persista ao longo do mês de maio, uma vez que as lavouras de feijão estão atualmente em uma fase crítica, na qual a chuva é essencial para o bom desenvolvimento das plantas.  

Chuvas esparsas registradas na última semana de março atrasaram os trabalhos de colheita da safra 2020/2021 de soja no Rio Grande do Sul, onde o calendário é tradicionalmente mais tardio em relação ao restante do país. No entanto, os trabalhos de campo que se encerraram em abril nos estados dos produtores do Centro-Sul transcorreram sem maiores problemas na qualidade do grão por excesso de umidade.  

Devido à pressão entre o calendário de plantio e o atraso na colheita da área de soja no Mato Grosso, as lavouras de algodão precisarão de mais chuvas até o início de maio para garantir o bom desenvolvimento inicial das plantas. Diante desse cenário, os produtores de algodão já consideram a possibilidade de perda de produtividade nas lavouras. 

O tempo seco permitiu um rápido avanço nas operações de colheita nos canaviais da Região Centro-Sul. No entanto, a estiagem observada desde março deve resultar em uma quebra de produtividade na safra 2021/2022, acentuando os efeitos da seca registrada 2020, especialmente no período entre agosto e outubro.  

No semiárido da Bahia, importante região produtora de banana prata, foram registradas chuvas em volumes consideráveis no final de abril, trazendo alívio aos produtores uma vez que essas plantações necessitam de água e ainda se recuperam dos estresses hídrico e térmico ocorridos no ano passado. Por outro lado, as chuvas dificultaram a colheita da cebola na região de Irecê. As precipitações não afetaram a produtividade e a qualidade dos bulbos em Irecê, porém, caso o clima chuvoso permaneça, pode haver problemas fitossanitários nas lavouras de cebola.  

Além da Bahia, também foram registradas chuvas no final de abril em praticamente toda zona produtora do MATOPIBA. As condições climáticas durante esse período foram ideais para o bom desenvolvimento das pastagens e a alta umidade do solo favoreceu as sementeiras e a vegetação de capim.  

Mais informações em https://tempocampo.org/

Texto: Gabriel Perin Estagiário de Comunicação/Revisão: Caio Albuquerque Mtb 30356 ,com informações do TEMPOCAMPO | 04/05/2021

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