Sistema TEMPOCAMPO divulga boletim de fevereiro

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Mapa 1 e Mapa 2 (Sistema TEMPOCAMPO)
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O mês de fevereiro foi marcado pelo bom volume de chuvas em grande parte regiões agrícolas do país, com chuvas intensas ocorrendo no final do mês em São Paulo e Mato Grosso do Sul. O volume acumulado mensal superou 270 mm em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Mapa 1).

No Rio Grande do Sul, o volume de chuvas não foi suficiente para elevar a umidade do solo, que oscilou de 30 a 60%. No MATOPIBA, triangulo mineiro, Espirito Santo e sul de Goiás, ao contrário, os teores de água no solo ficaram entre 60 e 90% (Mapa 2).

As temperaturas mantiveram-se elevadas em todo o país, com máximas superiores a 27°C. Os Estados mais quentes foram o Mato Grosso, Rio Grande do Sul, oeste do Paraná e no Nordeste, com máximas variando de 31 a 33°C. No Sul de Minas Gerais as mínimas ficaram entre 21 e 23°C, enquanto no Paraná, Santa Catarina e do Rio Grande do Sul as noites tiveram temperaturas na faixa dos 17°C (Mapa 3 e 4).

Tempo e Agricultura Brasileira

O bom volume de chuvas do mês de fevereiro favoreceu o desenvolvimento das lavouras e mantiveram o otimismo dos produtores. Destaque se dá aos seringais da região de Cassilândia/MS e do oeste paulista, onde o armazenamento de água pode reverter a tendência de queda na produção de látex, em decorrência da estiagem de novembro. Contudo, para assegurar altas produtivas é importante que regularidade das chuvas se mantenha e a tecnologia seja devidamente aplicada.

Nas lavouras de soja do Rio Grande do Sul, as chuvas de fevereiro não foram suficientes para reverter as perdas de produtividade causadas pela estiagem de dezembro e janeiro. No entanto, a alta temperatura e elevada taxa de radiação solar contribuíram para o aumento da produtividade do arroz irrigado no estado.

No Paraná há otimismo dos produtores de soja, principalmente para a região sudoeste, onde houve chuvas em bom volume e bem distribuídas. A região noroeste do Paraná, contudo, deverá apresentar perdas em decorrência do déficit hídrico na fase de desenvolvimento da cultura.

O plantio de milho segunda safra no Mato Grosso, Goiás e Paraná está atrasado, pelo excesso de chuva em fevereiro. Os produtores arriscaram a semeadura fora da janela ideal, que é até 25 de fevereiro. Esse risco poderá ser compensado se as previsões de chuva até o fim de abril se confirmarem, no entanto, a semeadura atrasada pode aumentar o risco de prejuízos por geada, principalmente no Paraná.

A colheita de soja no Mato Grosso já ultrapassou 60% apesar das chuvas intensas do mês de fevereiro terem atrapalhado as operações de campo, acarretando em prejuízos por grão ardido. Além disso, o escoamento da safra está impossibilitado pela interdição de várias estradas, principalmente na região leste do Estado. O MATOPIBA também sofre com prejuízos na colheita por conta do excesso de chuvas.    

As chuvas acima da média em Minas Gerais e regiões do Espírito Santo trouxeram danos aos cafezais. A intensidade e o alto volume de chuva registrado causou danos estruturais na lavoura, aumentou a erosão e a incidência de doenças. A produção de hortaliças dessas regiões também foi prejudicada, acarretando em uma diminuição na oferta e elevação de preços.

Safra 2019/20 de algodão no Mato Grosso

O Coeficiente de Produtividade Climática (CPC-TEMPOCAMPO) indica que as condições meteorológicas da safra 2019/20 são mais favoráveis que a safra 2018/19 para a região Centro-Sul e Sudeste do Mato Grosso. Perdas superiores a 7% são esperadas na região Centro-Norte e Nordeste norte do Estado (Mapa 5).

O Sistema TEMPOCAMPO projeta que a produtividade média para o Mato Grosso deverá variar de 3,8 a 4,7 Mg ha-1, considerando os cenários pessimista e otimista, respectivamente. As maiores médias de produtividade são esperadas para o Centro-Sul e Sudeste do estado, podendo superar 4,4 Mg ha-1. Já no Centro-Norte do Mato Grosso a produtividade média deve oscilar de 3,5 a 4,1Mg ha-1 (Mapa 6).



Mapa 6

A produção média para a safra 2019/20 de algodão no Mato Grosso deve variar entre 4,26 e 5,25 milhões de toneladas, considerando os cenários pessimista e otimista gerados pelo Sistema TEMPOCAMPO. O bom volume de chuvas em fevereiro, bem como a previsão de chuvas para março devem favorecer as lavouras que ainda se encontram em desenvolvimento.

Mapa 3 e Mapa 4 (Sistema TEMPOCAMPO)
Mapa 5 (Sistema TEMPOCAMPO)