ESALQ foi credenciada como unidade da Embrapii

ESALQ atuará na área de Biocontroladores de pragas agrícolas (Crédito: Gerhard Waller - ESALQ/DvComun)

A Empresa Brasileira de Pesquisa de Inovação Industrial (EMBRAPII) divulgou na última sexta-feira, 31/03 o resultado preliminar da Chamada Pública 01-2016, que selecionou sete novas Unidades que irão atuar em áreas de competência diversas. O valor total dos planos de ação das selecionadas é de R$ 177 milhões, sendo R$ 58,8 milhões da EMBRAPII.

As novas Unidades irão atuar em áreas de competência inéditas e com alta demanda por inovação e de mercado. A área agrícola foi contemplada nessa Chamada e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/ESALQ), atuará na área de Biocontroladores de pragas agrícolas.

A área de competência proposta pela ESALQ-USP no credenciamento é intitulada “Biocontroladores e processos biotecnológicos no manejo sustentável de pragas agrícolas”.  Assim a Unidade EMBRAPII em Biocontroladores e Processos Biotecnológicos possui uma das estruturas mais modernas e equipadas do Brasil na sua área de pesquisa. Os laboratórios da Unidade EMBRAPII na ESALQ hospedam coleções biológicas com grande potencial biotecnológico, ocupam uma área de mais de 30.000 m2, sendo 4.500 m2 de área construída, compreendendo 14 laboratórios de pesquisas, 24 casas-de-vegetação, e outros 26.000 m2 de campos experimentais.

O coordenador geral do projeto responsável pela gestão técnico-científica e administrativa é o prof. Italo Delalibera Júnior, do Departamento de Entomologia e Acarologia da ESALQ e contará com um Conselho Executivo composto por seis professores e um gestor de projetos, planejamento e negócios. “A ESALQ-USP atuou ativamente desde sua fundação no desenvolvimento de produtos, processos e programas de controle de pragas. Foi pioneira no desenvolvimento de produtos de controle biológico, tendo desenvolvido os três primeiros biopesticidas à base de fungos entomopatogênicos registrados no País para o controle de pragas. Estes produtos são usados em milhões de hectares”, afirma o docente.

Segundo Delalibera, os trabalhos desenvolvidos evitaram, somente na citricultura, perdas da ordem de até 1,32 bilhão de dólares nas últimas décadas. “O controle biológico da broca-da-cana com parasitoides representou, apenas para o estado de São Paulo, uma redução anual de perdas da ordem de 80 milhões de dólares A equipe fomentou a formação de empresas de base tecnológica (“startups”) especializadas na produção e comercialização de inimigos naturais, com destaque para a Bug Agentes Biológicos e a PROMIP”.

USP – Além da ESALQ, outras duas unidades da USP passaram a integrar a rede Embrapii. O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), apresentará projetos na área de Biofotônica e Instrumentação, ligada ao desenvolvimento de equipamentos médicos para tratamento por meio de luzes e micro-ondas terapêuticas. Já o Departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica da USP irá oferecer às empresas sua expertise na recuperação de rejeitos industriais por meio da chamada “Química Verde”, que é o desenvolvimento de substâncias químicas sustentáveis. Lançada em setembro de 2016, a última chamada pública oferecia cinco vagas, inicialmente, e recebeu 85 propostas, mas o Conselho de Administração da Embrapii optou por selecionar as sete melhores candidatas.

Sobre a EMBRAPII – A EMBRAPII mantém contrato de gestão com o Ministério da Ciência Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e Ministério da Educação (MEC) e atua por meio da cooperação com instituições de pesquisa científica e tecnológica, públicas ou privadas, tendo como foco as demandas empresariais e como alvo o compartilhamento de risco na fase pré-competitiva da inovação. O financiamento da instituição obedece a seguinte regra geral: a EMBRAPII pode investir até 1/3 das despesas das Unidades com projetos de PD&I com empresas, enquanto o restante é dividido entre a empresa parceira e a Unidade. Ao compartilhar riscos de projetos com as empresas (por meio da divisão dos custos do projeto), estimula-se o setor industrial a inovar mais e com maior intensidade tecnológica para, assim, potencializar a força competitiva das empresas tanto no mercado interno como no mercado internacional. Saiba mais: http://embrapii.org.br/.

Texto: Caio Albuquerque (04/04/2017)

Boletim 166