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Febre Amarela
O que é a Febre Amarela?
A febre amarela é uma doença infecciosa não contagiosa causada por um vírus do gênero Flavivirus da família Flaviviridae. A doença é endêmica nas áreas de florestas tropicais da América do Sul e da África, e pode ocorrer sob a forma de surtos e epidemias com impacto em saúde pública.
Como é transmitida?
O vírus da febre amarela apresenta dois ciclos epidemiológicos de transmissão distintos, silvestre e urbano (Figura 1). Do ponto de vista etiológico, clínico, imunológico e fisiopatológico, a doença é a mesma nos dois ciclos. No ciclo urbano, a doença é uma antroponose, não se reconhecendo reservatórios animais de importância epidemiológica. O Aedes aegypti é seu principal vetor, tanto na América do Sul como na África. No ciclo silvestre, a febre amarela é uma zoonose, transmitida, no continente americano, por mosquitos de hábitos estritamente silvestres, dos gêneros Haemagogus (H. janthinomys e H. albomaculatus) e Sabethes (S. chloropterus).
Figura 1. Ciclos epidemiológicos da febre amarela no Brasil.
Fonte: Guia de Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde – 2016.
Quadro clínico
Nas áreas endêmicas as manifestações são leves e moderadas, confundindo com leptospirose, malária, hepatites virais, febre tifo ide, mononucleose infecciosa, septicemias, púrpura trombocitopênica e acidentes por animais peçonhentos.
Em aproximadamente 90% dos casos, o quadro clínico é assintomático ou oligossintomático. A febre amarela pode ser assintomática, leve, moderada, grave e maligna, com letalidade entre 5% a 10%, podendo atingir 50% nos casos graves, com manifestações icterohemorrágica e hepatorrenal.
- Forma leve
O quadro clínico é autolimitado com febre e cefaleia com duração de dois dias. Geralmente, não há direcionamento para o diagnóstico de febre amarela, exceto em inquéritos epidemiológicos, surtos e epidemias.
- Forma moderada
O paciente apresenta, por dois a quatro dias, sinais e sintomas de febre, cefaleia, mialgia e artralgia, congestão conjuntival, náuseas, astenia e alguns fenômenos hemorrágicos como epistaxe. Pode haver subicterícia. Essa forma, assim como a leve, involui sem complicações ou sequelas.
- Forma grave
Nos quadros graves, após 5 a 6 dias de período de incubação, o início dos sintomas é abrupto e perdura por 4-5 dias com febre alta, acompanhada do sinal de Faget (diminuição da pulsação), cefaleia intensa, mialgia acentuada, icterícia, epistaxe, dor epigástrica e hematêmese e melena.
Na forma maligna, ocorre toxemia abrupta, náuseas, icterícia, hemorragias diversas e encefalopatia. Em torno de 5 a 7 dias instala-se insuficiência hepatorrenal e coagulação intravascular disseminada. A letalidade é alta, em torno de 50% ; entretanto, o paciente pode involuir dos sintomas em uma semana.
Tratamento
Não existem medicamentos específicos contra o vírus da febre amarela.
Não devem ser utilizados anti-inflamatórios e ácido acetilsalicílico (AAS).
Se o caso for grave, deve ser tratado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para hidratação endovenosa e reposição do sangue perdido nas hemorragias. Pode ser necessário diálise quando houver insuficiência renal.
Medidas de proteção individual - Prevenção contra picadas de mosquitos
- Usar camisas de mangas compridas e calças.
- Ficar em lugares fechados com ar condicionado ou que tenham janelas e portas com tela, para evitar a entrada de mosquitos.
- Dormir debaixo de mosquiteiros, preferencialmente impregnados com permetrina.
- Não usar perfumes durante caminhadas em matas silvestres, pois perfumes atraem os mosquitos.
- Usar repelentes registrados oficialmente. Quando usados como orientado são seguros e eficazes, mesmo na gestação ou amamentação.
- Sempre seguir as orientações das bulas.
- Evitar uso de produtos com associação de repelente e protetor solar na mesma formulação. Ocorre diminuição em um terço dos fatores de proteção solar quando utilizado juntamente com o DEET.
- Se for usar protetor solar, aplicá-lo antes da aplicação do repelente.
Para saber mais acesse o documento da Sociedade Brasileira de Infectologia:
https://www.infectologia.org.br/admin/zcloud/125/2017/02/FA_-_Profissionais_13fev.pdf
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