Estudo aponta que resiliência tem impacto positivo no desempenho escolar
Um estudo desenvolvido por Vanessa Proença Almeida Rosa, egressa do curso de Ciências Econômicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), recebeu menção honrosa no 23º Prêmio de Excelência em Economia 2018.
A iniciativa é do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP), que premia as melhores monografias de graduação indicadas pelos cursos de Ciências Econômicas oferecidos pelas instituições sediadas no estado. O reconhecimento dos trabalhos ocorreu em 13 de agosto de 2018, durante cerimônia realizada em São Paulo/SP.
Vanessa Proença de Almeida Rosa graduou-se em 2017 e, sob orientação da professora Ana Lucia Kassouf, do departamento de Economia, Administração e Sociologia, trabalhou em sua monografia o tema “Determinantes do Desempenho Escolar com Base no PISA 2015”.
A estudante analisou dados agrupados do PISA 2015 utilizando informações para 68 países participantes desta edição. As variáveis independentes dos modelos para o desempenho foram incluídas em consonância com a literatura e foram mensuradas pelo PISA por meio de questionários aplicados a alunos e a diretores. Entre os resultados obtidos, verificou-se impacto positivo para o desempenho nas três áreas (ciências, leitura e matemática) a presença de estudantes resilientes e o status socioeconômico e cultural. “Este último composto pela educação e ocupação dos pais da criança além dos recursos educativos e culturais nas residências dos estudantes”, aponta a economista.
Segundo o estudo, os cinco países com melhor pontuação em ciências no PISA 2015 apresentam também elevado percentual de alunos resilientes, aquelas pessoas que resistem às adversidades e apresentam maior capacidade de flexibilização e adaptação nas várias etapas da vida. “Esses estão entre os 25% mais desfavorecidos social e economicamente, mas que se enquadram nas 25% melhores notas do PISA 2015”, complementa Vanessa. Os resilientes são 48,8% em Cingapura, 48,8% no Japão, 48,3% na Estônia, 46,3% em Taipé e 42,8% na Finlândia.
Além da presença de alunos resilientes e do status socioeconômico e cultural, o estudo considerou ainda a autonomia da escola, a liderança da escola, a escassez de professores, o percentual de professores trabalhando meio período, o agrupamento por habilidade e o uso do histórico escolar no processo admissional.
Texto: Caio Albuquerque (20/08/2018)