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DetalhesdaESALQ

ProjetoMemória

Ano XI Número 38 deze 8

Edifício“Prof.SalvadordeToledoP

Eles deram a vida pela Escola!

muito ruim. Por isso trabalho bastante!”

TEXTO Caio Albuquerque e Alicia Nascimento Aguiar

Nascido em 9 de março de 1927, em Piracicaba, Jesus Marden dos Santos, ou Marden, como é conhecido por familiares, ami-gos e companheiros de profissão, falou de sua estreita e intensa relação com a ESALQ pois, desde muito jovem, teve o privilégio de fre-quentar a instituição quer seja como filho de funcionário, estudante e docente da instituição. Seu pai, Serafimdos Santos, figura importante emmomentos de sua vida, fora inicialmente es-criturário na Escola. “Ele passou por outros car-gos e chegou à função de secretário, na época o mais alto na instância administrativa. Fazia re-gistro de notas, matrículas, preenchia todos os diplomas da ESALQ, o meu inclusive”. Antes mesmo de ingressar na ESALQ, en-tre 1943 e 1944, Marden ajudou o pai a dese-nhar os quadros de aulas práticas da Genética. “Eramquadros enormes de cruzamentos, utili-zados pelo professor [FriedrichGustav] Brieger e, aos sábados e domingos, ajudava meu pai, pintando os cruzamentos comguache”. No período da sua graduação, entre 1947 e 1951, trabalhou no aviário da ESALQ, como assistente do professor [Alcides Di] Paravicini Torres, tratando dos pintinhos entre as aulas da manhã e da tarde. Dessa época, lembra de uma passagem curiosa que levaria o professor Ar-mando Bergamin a eternizar o nome Marden nos registros científicos da avicultura. “Eu se-parava os pintinhos das raças Golden Island Red e da NewHempshire pela pelagem.Aí ob-servei que as fêmeas de uma das raças tinham uma pintinha marrom no olho e chamei o pro-fessor Bergamin. Então ele publicou um artigo batizando aquela pinta de “sinal deMarden”. Já graduado, tornou-se assistente do pro-fessor Admar Cervellini e assim começou a se interessar por Meteorologia. “Certa vez o Cervellini sugeriu que eu passeasse pelo parque da ESALQ e fizesse uma tese sobre geada. É brincadeira?! (risos). Na época, havia cinco alfangistas que cortavam grama. Eu era amigo de umdeles e pedi a ele queme explicasse o que ocorria coma grama, a temperatura do gramado

mas, como não tinha nem termômetro, abando-nei a ideia”.

Em 1952, foi contratado como professor diarista na ESALQ e, enquanto docente, es-teve sempre próximo ao Posto Meteorológico da Escola. “O Posto ficava próximo ao pavi-lhão da Genética. Era bem acanhado, tinha apenas o abrigo meteorológico, um pluviô-metro e um heliógrafo. Quem registrava os dados meteorológicos era um servente cha-mado SêoMaia, que fazia isso três vezes por dia e, à noite, fora do expediente, ele saía da sua casa e pegava o bonde para fazer a observação das 21h”. Segundo Marden, em 1955, o Posto foi levadopara onde está até hoje, emterreno locali-zadonapartesuperiordo campus .“O[Alcebíades] Perencin, administrador de obras, era uma pes-soa maravilhosa. Foi ele quem construiu o atual Posto. E para o SêoMaia fazer o registro notur-no, arrumamos umcavalo e uma charrete (risos). Quando ele aposentou fiquei como observador e os dados eram transferidos via telégrafo”. Em 1963 passou um ano na Inglaterra e, no ano seguinte, logo na primeira aula do semestre para os calouros de 1964, algo inu-sitado aconteceu. “Ao final da primeira aula, um aluno pediu para me fazer uma pergunta: - O senhor não quer ser o diretor do Departa-mento Nacional de Meteorologia? Eu pergun-tei como ele tinha aquele poder e o aluno dis-se que o pai dele era o Ministro da Agricultu-ra. Pois bem, no dia seguinte segui para o Rio de Janeiro com autorização do reitor e do Cervellini para assumir a Meteorologia Naci-onal”. Permaneceu no cargo até 1967. Em 1968, embarcou para um congresso sobre meteorologia na Europa. Voltando de lá, o então diretor da ESALQ, Eurípedes Malavolta, apresentou-lhe uma proposta. “O secretário da Educação de São Paulo pediu para o Malavolta arrumar um agrônomo para dirigir a Faculdade de Ciências Agrá-rias da Unesp, em Jaboticabal. Então saí do Rio de Janeiro para Jaboticabal. E lá fiquei como diretor até 1972”.

Em 1979 foi para Manaus, coordenar o projeto do Instituto de Pesquisas da Amazô-nia sobre impactos da construção da Eletronorte. Entre 1984 e 1988, trabalhou no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), onde atuou no Departamento de Meteorologia como coordenador do curso de pós-graduação e lá se aposentou. Atualmente, vive em Caçapava (SP) e a atividade científica nunca foi deixada de lado. “Estou escrevendo excertos sobre Agrometeorologia. Escrevo, imprimo e dis-tribuo para as faculdades de agronomia. Se-rão 12 títulos que distribuo para quem quer aprender um pouco mais. Ficar aqui só ou-vindo música e lendo é muito ruim, por isso trabalho bastante!”.

Aofinal daconversaMardenfazumconviteà reflexãosobreanecessidadedeescrevermosa his-tória daESALQa partir das trajetórias de funcio-nários comos quais conviveu e que, segundo ele, sempre demonstraram dedicação ao ofício. “A ESALQ é o que é agora por causa desses funcio-nários. Eles deramavidapelaEscola!”.

O Edifício “Prof. Salvador de Toledo Piza Jr nome do engenheiro agrônomo formado na em 1921 e que atuou como docente na Esco 1922 e 1968. Foi construído em 1977, ampliações posteriores, e hoje ocupa uma 2.863,55 m 2 . Abriga parte das instalaç Departamentos de Fitopatologia e Nema (LFN), de Entomologia e Acarologia (LE Zootecnia (LZT), incluindo salas de aula, docentes e laboratórios.

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