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USP ESALQ – A SSESSORIA DE C OMUNICAÇÃO

Veículo: Canal do Produtor Data: 16/11/2011

Link: http://www.canaldoprodutor.com.br/comunicacao/noticias/ Caderno / Página: - / -

Assunto: Mercado de cavalos de raça cresce no Brasil

Mercado de cavalos de raça cresce no Brasil

Aos 35 anos, Tony Gusso é herdeiro de uma tradição familiar centenária. O Brasil ainda era uma monarquia quando, em 1888, seu bisavô, o italiano Pedro, aportou em Curitiba para fazer da família Gusso uma das pioneiras naquele que é considerado o esporte dos reis, o turfe.

De lá para cá, foram quatro gerações de apaixonados pelos cavalos da raça Puro Sangue Inglês (PSI), os charmosos e caríssimos cavalos de corrida que, em 2010, movimentaram apostas de cerca de R$ 100 milhões apenas no Jockey Club de São Paulo, a segunda principal praça do turfe no país - o tradicional clube da elite paulistana só perde para o Jockey Club Brasileiro, no Rio de Janeiro, cujas apostas totalizaram R$ 204,2 milhões no ano passado.

Ainda que, à primeira vista, movimentem quantias vultosas, os cavalos de corrida dos quais se ocupa Tony Gusso, veterinário especializado em cirurgias equinas, representam apenas uma fatia de um de segmento de elevado valor agregado, o de cavalos de raça, que começa a se profissionalizar no Brasil. Estima-se que o faturamento do agronegócio do cavalo como um todo esteja em torno de R$ 7,5 bilhões anualmente.

"O perfil equestre brasileiro está caminhando para um padrão mais europeu, onde o cavalo é um animal mais doméstico", diz Alberto Guerra, diretor de marketing da Universidade do Cavalo, instituição especializada na formação, desenvolvimento e informações para a equinocultura.

Segundo Guerra, o movimento, que se acentuou em 2005 com o melhor momento econômico do país, é em direção ao uso do cavalo como ferramenta de lazer, e não apenas de trabalho. "As pessoas descobriram o prazer de andar, de participar de provas equestres".

Nesse novo perfil, a qualidade é um atributo essencial. "O cavaleiro brasileiro está cada vez mais exigente. Ele preza a qualidade do cavalo e dos cuidados diários, o que requer profissionais qualificados", afirma Guerra. De acordo com ele, o custo mensal de um cavalo de raça com treinamento, veterinária e itens de beleza gira em torno de R$ 1,5 mil.

Por conta dos custos de criação elevados, o mercado de cavalos de raça não tem no lucro sua principal motivação. Também por isso, o perfil do proprietário é de empresários do setor financeiro e industrial. "É um hobby, que não tem muita pretensão de lucro", diz Guerra.

A visão é compartilhada pelo ex-presidente da Bovespa e atual presidente do Jockey Club de São Paulo, Eduardo da Rocha Azevedo: "nenhuma raça dá lucro", garante. "Mas é lindo quando o seu cavalo ganha uma prova", sorri Azevedo, proprietário de 30 PSIs. "Você precisa ter como visão a criação pelo prazer", reforça o empresário José Alves da Silva, detentor da marca Coca-Cola no Centro-Oeste e um dos maiores criadores de cavalo árabe do país, além de presidente da associação da raça.

Ao todo, estima-se que o plantel brasileiro de cavalos de raça esteja em torno de 900 mil. A estimativa é feita com base em um estudo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), realizado em 2006 sob encomenda da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Uma das principais lacunas do setor é a ausência de estatísticas, motivo pelo qual a Câmara Temática de Equideocultura do Ministério da Agricultura incluiu a consolidação de dados em sua agenda estratégica.

Apesar de numerosos, os cavalos de raça são minoria no país, cujo rebanho total de equinos é de 5,5 milhões - a maioria utilizada na lida com o gado nas propriedades rurais -, conforme a última pesquisa de

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