Page 38 - MODELO

This is a SEO version of MODELO. Click here to view full version

« Previous Page Table of Contents Next Page »

Humberto Correa, do Laboratório de Neurociência da Medicina e chefe do Departamento de Psiquiatria da UFMG, considera que são muito iniciais os trabalhos desenvolvidos pelas pesquisadoras para chegar a “um pressuposto positivo”. Ele diz que, assim como a romã, muitos outros alimentos têm boas quantidades de antioxidantes. “No estágio em que a pesquisa está, ainda em teste com animais, é muito preliminar. Pode ser que para o público leigo a notícia tenha peso, mas, no aspecto do interesse científico, ela ainda caminha”, explica.

Três perguntas para

Como as senhoras chegaram à romã especificamente?

Estudos desenvolvidos pela equipe (da professora Salgado) e publicados em revistas internacionais mostraram que a romã é uma fonte de compostos bioativos, aqueles que, além de nutrir, podem prevenir ou reduzir o risco de doenças. Os estudos indicaram que a fruta se destacava como potencial fonte de antioxidantes, principalmente em sua casca. Com isso, decidiu-se testar sua atividade no mal de Alzheimer.

Em que fase está o desenvolvimento do extrato da casca em pó?

A fase mais importante já concluída foi mostrar cientificamente que existe um componente na casca da romã que consegue manter o nível normal do neurotransmissor acetilcolina, o qual, na doença de Alzheimer, apresenta-se em um nível reduzido no cérebro. A acetilcolina é responsável pela manutenção das atividades cerebrais relacionadas à atenção, à aprendizagem e à memória. Transformamos a casca em um pó (micropartículas) e a adicionamos a sucos de frutas. Houve boa aceitabilidade por pessoas que participaram de um teste de análise sensorial.

Como se sentem trabalhando com um tema de interesse mundial?

O principal papel da universidade é encontrar soluções para problemas enfrentados pela sociedade e passar esses dados de maneira clara, científica e orientada à comunidade. É bastante animador conseguir esses resultados satisfatórios comprovados por testes bioquímicos e sentir que devemos continuar trabalhando com essa pesquisa inovadora. E, utilizando esses resíduos (cascas), estamos também protegendo o meio ambiente.

Entenda a doença

O mal de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em idosos. Cerca de 900 mil brasileiros já foram diagnosticados com a doença

Diagnóstico

Em geral, é difícil prever a doença antes que ela já tenha progredido no paciente. Cerca de 75% dos portadores em todo o mundo não têm diagnóstico conhecido, de acordo com a Alzheimer"s Disease International (ADI), instituição ligada à Oraganização Mundial de Saúde (OMS)

Principais indícios:

Falta de memória para acontecimentos recentes

Repetição da mesma pergunta várias vezes em curto espaço de tempo

Dificuldade para acompanhar conversas ou desenvolver pensamentos complexos Dificuldade para encontrar caminhos conhecidos Irritabilidade

Suspeição injustificada ou mania de perseguição Aumento da agressividade

Interpretação erradas de estímulos visuais ou auditivos Afastamento do convívio social

Estágios clínicos

Inicial: Perda de memória, mudanças na personalidade, no humor e nas habilidades visuais e espaciais (como aumento de quedas)

Moderado: Dificuldade para falar, realizar tarefas rotineiras e coordenar movimentos. Agitação e insônia Avançado: Resistência à execução de tarefas simples do cotidiano (como higiene pessoal e alimentação), incontinência urinária e fecal, dificuldade para comer e deficiência motora progressiva

Terminal: Perda praticamente completa da memória e dependência total de terceiros para atividades

Page 38 - MODELO

This is a SEO version of MODELO. Click here to view full version

« Previous Page Table of Contents Next Page »