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« Previous Page Table of Contents Next Page »melhores resultados. Em sistemas intensivos, a adoção do desaleitamento abrupto reduz fortemente o ganho de peso dos animais no pós-desaleitamento, uma vez que o animal não está preparado fisiologicamanet para assumir a dieta de um ruminante adulto. Este fato faz com que muitas vezes o investimento com maiores volume de dieta líquida seja perdido. Por outro lado, o processo de desaleitamento não pode ser iniciado muito cedo, uma vez que o consumo de concentrado não será suficiente para manter o adequado consumo de energia e consequentemente o desempenho dos animais. Aparentemente, o consumo de concentrado depende de fatores outros que não somente o consumo de dieta líquida, o que faz com que a janela de desaleitamento destes animais seja menor.
Entender os fatores que afetam o consumo de concentrado em diferentes sistemas de produção é de extrema importância para que sejam feitos ajustes nos programas de alimentação de bezerras. Em trabalho conduzido no Depto. de Zootecnia da ESALQ, observou-se que animais que apresentam baixo consumo de concentrado na quinta semana não se beneficiam do desaleitamento gradual. Mesmo com a redução no fornecimento de dieta líquida, alguns animais não respondem com aumento necessário no consumo de concentrado de forma a manter o ganho de peso. Assim, quando o consumo é baixo, reduzir o fornecimento de concentrado resulta em menor consumo de energia, reduzindo o ganho de peso. Aspectos além do volume de dieta líquida fornecida, como o vigor dos animais, que de alguma forma está associado com a colostragem, além de tipo de alojamento, fornecimento ou não de forragem e tamanho de partícula do concentrado são determinantes do consumo de concentrado. Entender estes fatores é essencial para se obter bons desempenhos, independentemente do manejo alimentar adotado.
No sistema de aleitamento intensivo, quando se permite que o animal apresente maiores taxas de ganho de peso, são necessários maiores de proteína bruta na dieta líquida, de forma que a composição do ganho não seja prejudicada. Assim, enquanto no sistema de aleitamento convencional a dieta líquida deve apresentar teores de proteína bruta (PB) entre 20-22% e de gordura entre 15-20%, nos sistemas de aleitamento intensivo os teores de PB devem ser superiores a 25%, não havendo necessidade de alteração no teor de gordura. A consistência dos dados de literatura no aumento do potencial de produção de leite destes animais com o aleitamento intensivo é observada com animais que receberam sucedâneos contendo mais que 25% de PB. Além disso, os dados mostram que o teor de proteína, a sua qualidade e a sua digestibilidade, juntamente com o consumo de energia são críticos para gerar esta resposta de aumento no potencial de produção. De qualquer modo, as taxas de crescimento nesta fase respondem por 22% da variação na produção de leite na primeira lactação (Soberon et al. 2012). Infelizmente este tipo de sucedâneo ainda não está disponível no Brasil (Tabela 1), de forma que é possível que mesmo com o fornecimento de maiores volumes de dieta líquida não estejamos observando os efeitos benéficos no aumento do potencial de produção.
Tabela 1. Composição em nutrientes de sucedâneos comercializados no Brasil (Silva, 2014)
Por outro lado, em levantamento de práticas de criação feito pelo Depto. de Zootecnia da ESALQ, com aproximadamente 200 produtores, alguns aspectos importantes podem ser levantados. Aproximadamente metade dos produtores adota o sistema de aleitamento convencional (4L/d) e ainda 20% permite que os bezerros mamem diretamente da vaca, sem que haja controle de volume consumido. Apenas 31% e 20% dos produtores fornecem mais que 6L/d durante o primeiro e segundo mês de vida, respectivamente. Assim, o programa de aleitamento intensivo é adotado por uma minoria dos produtores. Com relação a dieta líquida fornecida, 42% fornece leite comercializável, 36% leite descarte e somente 13% fornece sucedâneo comercial. A adoção de sucedâneos no Brasil ainda pode crescer de forma significativa, sendo importante a disponibilidade de produtos que possam ser empregados para os mais variados programas alimentares.
É importante concluir alertando para a adequação dos programas alimentares de acordo com o sistema de produção. Nem todos os sistemas estão prontos para adotar o fornecimento de sucedâneos, assim como nem todos os sistemas podem adotar sistemas de aleitamento mais intensivos. Ainda existe grande espaço para o sistema de aleitamento convencional, que permite adequadas taxas de ganho de peso e consequentemenete adequada idade a puberdade e ao primeiro parto. A adequação e os ajustes do manejo alimentar de animais recém-nascidos dependem do nível de investimento em nutrição e do tipo de animal utilizado em cada sistema. No entanto, um aspecto não deve ser perdido de vista, não sendo permitidas variações: a obtenção de animal saudável no primeiro dia de via! Somente este animal é capaz de responder a quaisquer programas de alimentação.
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