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Na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, pesquisa desenvolveu um aditivo à base de óleos essenciais de plantas para o controle de micro-organismos causadores de problemas no rúmen e no intestino de bezerros durante a fase de aleitamento. O aditivo testado pela zootecnista Flávia Hermelina da Rocha Santos possui ação antimicrobiana e pode reduzir a mortalidade de animais sem aumentar a resistência dos micro-organismos, como acontece com os antibióticos, ou gerar resíduos prejudiciais à saúde humana.

Um relatório desenvolvido em 2007 pelo National Animal Health Monitoring System (NAHMS), nos Estados Unidos, revelou que 7-10% dos ruminantes recém-nascidos morrem antes do período de desaleitamento. O estudo mostrou ainda que mais da metade (56%) da mortalidade de bezerros resultam de problemas digestivos, diarreia ou outros. De acordo com Flávia, na nutrição de ruminantes, alguns antibióticos são utilizados com o objetivo de manipulação da fermentação ruminal e no controle de micro-organismos que possam reduzir o desempenho e aumentar as taxas de mortalidade, como os causadores de diarreias em bezerros.

No entanto, o fornecimento de determinados compostos pode apresentar possíveis desenvolvimentos de resistência de cepas bacterianas. Diante disso, Flávia propôs-se a testar um produto potencialmente comercial, em substituição aos antibióticos utilizados normalmente. “A comunidade científica busca novos compostos que preservem a saúde humana, sem geração de microrganismos resistentes e sem resíduos nos produtos de origem animal”, relata.

Óleos essenciais

O aditivo utilizado no estudo, à base de compostos e metabólitos secundários de plantas e denominados de óleos essenciais, possui ação antimicrobiana para diversos organismos, incluindo aqueles que colonizam tanto o rúmen quanto o intestino. Segundo a pesquisadora, atualmente o produto é utilizado em suínos, com potencial de uso na criação de bezerros leiteiros, devido algumas similaridades do trato gastrointestinal entre as duas espécies durante a fase de aleitamento e problemas sanitários.

O projeto foi desenvolvido entre outubro de 2012 a janeiro de 2013, no bezerreiro experimental Evilásio de Camargo, do Departamento de Zootecnia (LZT) da Esalq, com 30 bezerros machos da raça Holandês. Os animais receberam 6 litros (l) de dieta líquida diariamente, divididos em duas refeições (7 e 18 horas), composta por sucedâneo lácteo, além de concentrado inicial e água a vontade. Os bezerros foram divididos em três tratamentos: controle, sem nenhuma suplementação com óleos essenciais; suplementação com 400 miligramas por quilo (mg/kg) de óleos essenciais no sucedâneo lácteo; suplementação com 200 mg/kg de óleos essenciais no sucedâneo lácteo e 200 mg/kg de óleos essenciais no concentrado inicial.