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Para manter a equipe motivada precisamos pagar bem e criar vínculo do funcionário com a empresa. Enquanto o produtor achar que dar casa com água e luz é um diferencial, dificilmente vai formar uma boa equipe de trabalho.

11) Como enxerga a atividade leiteira no país? O que falta no setor?

A atividade leiteira é muito desafiadora, mas também promissora. Se o número de produtores de leite diminui significativamente, mas a produção aumenta muito (quase 50% em dez anos), isso é um indicador muito claro da crescente e necessária profissionalização do setor.

Mas para isso, a meu ver, o produtor tem que enxergar quais são os gargalos da sua atividade e buscar rapidamente uma solução e é justamente aí que a coisa emperra. Para isso, antes de qualquer coisa, a primeira atitude deveria ser revisar sua contabilidade, ver seu saldo no banco e procurar uma ajuda administrativa (financeira), a partir daí ver quais serão as alterações técnicas (alimentação, manejo, reprodução, etc) que deverão ser implantadas e medir (saber como fazer isso) o retorno de cada ação implementada.

Os produtores que fazem isso, cada um a sua maneira, encontram mais rápido o caminho e conseguem melhor rentabilidade.

Por outro lado, vemos muitos produtores reclamando dos custos de produção mesmo sem ter a mínima ideia qual é o seu, por mais aproximado que seja. O custo com alimentação é o exemplo mais comum. Se a vaca precisa comer volumoso + concentrado para atender suas exigências de produção e o concentrado, por ser commoditie, tem custos variáveis de acordo com a demanda de mercado, sua única saída é investir na produção e qualidade (real) do volumoso, o que dificilmente acontece. Mistura-se conceito de comida para matar a fome, onde qualquer coisa serve, com comida para vaca produzir leite, que é algo bem diferente, que demanda adubo, defensivos, água e eficiência na colheita. Por isso temos uma verdadeira indústria de venda de resíduos, capins e "baldinhos" milagrosos.

Gosto muito de acompanhar fóruns de discussão no Milkpoint e percebo que as discussões referentes a manejo (comida, raça e reprodução) que têm a "palavra custo" são as mais participativas, enquanto que as que têm números (mercado, valores de insumos, preço do leite, etc) são as menos participativas. Soma-se a tudo isso, na grande maioria das vezes, uma pesquisa e assistência técnica cheias de ideologia. Se a vaca come pasto não pode comer outra coisa, ou se come "de vez em quando" é em quantidade tão pequena que é quase desprezível. Na mesma linha, se as vacas são estabuladas, as médias citadas (dizem que é de todo o rebanho!) são tão elevadas que só seria possível se mais da metade das vacas produzissem mais de 60 ou 70 litros, o que na prática são muito poucos produtores que já conseguem estes números.

Do outro lado, os produtores que considero eficientes, estão preocupados com o retorno financeiro sobre cada real investido, seja no pasto ou no cocho.

Como me considero um novato no negócio, meu desafio é o mesmo de vários, colocar em prática o que falo.

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