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« Previous Page Table of Contents Next Page »morte do inseto”, disse Denise de Araujo Alves, pesquisadora da Esalq-USP e uma das autoras do trabalho, à Agência FAPESP
“Quando algumas espécies de abelhas sem ferrão atacam, elas mordem e acabam morrendo porque ficam presas por muito tempo ao alvo. Dessa forma, conseguem afugentar possíveis inimigos de seus ninhos-colônias que contêm, além da cria, a rainha-mãe, estoques de alimento [mel e pólen] e materiais de arquitetura, como resina”, disse.
Os pesquisadores realizaram três experimentos em campo com 12 espécies diferentes para estudar os mecanismos de defesa de abelhas sem ferrão.
Em um dos experimentos, fizeram tremular pequenas bandeiras pretas de feltro próximo da entrada de colônias de diferentes espécies para provocar as abelhas e calcular quanto tempo demoravam para iniciar o ataque, por quanto tempo atacavam o alvo e o número de abelhas atacantes.
Algumas espécies de abelhas esboçaram pouca ou nenhuma reação à aproximação da bandeira da entrada da colônia. Já as operárias de outras três espécies de abelhas sem ferrão do gênero Trigona – a Trigona hyalinata, a Trigona fuscipennis e a Trigona spinipes – e a Partamona helleri atacaram as bandeiras em grupo com muita agressividade e por um período de quase uma hora.
Os exemplares da espécie Trigona hyalinata, por exemplo, chegaram a sofrer danos fatais, como separar a cabeça do corpo ao prender a mandíbula na bandeira em vez de soltá-la após o ataque.
“As abelhas dessas espécies de Trigona atacaram a bandeira em massa a partir do momento em que ela foi tremulada na entrada da colônia”, disse Alves. “Só o fato de um objeto passar em frente à colônia já representa um sinal de ameaça para elas.”
”Dentes” afiados
Para medir o nível de dor infligida pelo ataque de cada espécie de abelha sem ferrão, os pesquisadores serviram de “cobaia” ao se posicionar em frente à entrada da colônia e oferecer seus próprios antebraços para serem mordidos.
Os níveis de dor foram classificados em uma escala de 0 a 5, variando de uma pequena beliscada na pele a uma mordida que causa uma dor desagradável e capaz de romper a pele se for persistente.
Ao tabular os resultados, eles descobriram que as espécies de abelhas sem ferrão cuja mordida era mais dolorosa foram justamente as do gênero Trigona, que atacaram de forma mais agressiva e ficaram presas às bandeiras no primeiro experimento.
“A mordida delas é muito menos dolorosa do que a ferroada de uma abelha Apis mellifera”, comparou Alves. “Mas, se pensarmos que a mordida de um inseto com alguns milímetros de comprimento é capaz de até perfurar a pele e que eles atacam em grupo, a dor é considerável e o ‘intruso’ precisa se afastar da colônia.”
Uma das razões identificadas pelos pesquisadores para o fato de a mordida das abelhas do gênero Trigona ser mais dolorida do que as outras espécies de abelhas sem ferrão é que elas possuem mandíbulas serrilhadas, ostentando cinco “dentes” afiados.
Essa morfologia de mandíbula supostamente permite às abelhas Trigona causar mais dor e danos a um eventual predador ou saqueador de suas colônias e representa uma possível adaptação defensiva dessas espécies, apontam os pesquisadores.
“A mandíbula de outras espécies de abelhas sem ferrão que não se defendem com a mesma
agressividade das Trigona é mais arredondada e elas não possuem ‘dentes’ muito afiados”, comparou Alves.
“As operárias de Apis mellifera, que se defendem com seus ferrões, também não têm ‘dentes’ afiados nas mandíbulas como os das Trigona.”
Tendência suicida
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