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« Previous Page Table of Contents Next Page »Fez o mestrado e o doutorado na Esalq intermeados com o trabalho no Inpa, onde se aposentou em 2013, e passou a se dedicar exclusivamente, aos 71 anos, à docência no curso de pós-graduação em Agricultura do Trópico Úmido do instituto e na pós-graduação em Ciências Ambientais e Sustentabilidade da Universidade Federal da Amazônia (Ufam). Em 2014, ele recebeu o Prêmio Fundação Bunge pela produção agrícola sustentável na categoria Vida e Obra. Casado com a professora Sandra Nascimento Noda, da Faculdade de Ciências Agrárias da Ufam, tem uma filha, também agrônoma. Noda concedeu esta entrevista à Pesquisa FAPESP em São Paulo, durante o Seminário Produtividade Agrícola Sustentável, realizado pela FAPESP e Bunge.
Como foi a sua contribuição para a agricultura sustentável na Amazônia?
Minha formação ocorreu em Piracicaba, na Esalq. Foi algo valioso em termos de tecnologia e da produção. Mas fui para um ambiente de agricultura tradicional na Amazônia, bem diferente do que o proposto na chamada Revolução Verde [a agricultura brasileira começa a partir dos anos 1960 a utilizar sementes selecionadas geneticamente, a ampliar o uso de máquinas agrícolas, a fertilização das plantas com adubos industrializados e a utilização intensiva de agrotóxicos para o controle de pragas e doenças]. De certa forma, precisei adaptar os conhecimentos. Na Amazônia, por exemplo, existem, ainda, espécies no processo de domesticação para se tornarem comerciais. Mas são os próprios agricultores que fazem a conservação da variação genética necessária. As técnicas de melhoramento genético, geralmente adotadas a partir da Revolução Verde, propiciam o aumento da produtividade de novos cultivares como resposta ao uso de adubos industrializados. No caso da Amazônia, o objetivo é a construção de uma variedade capaz de produzir em ambientes onde a recomposição da fertilidade natural dos solos ocorra em função do processo de reciclagem de nutrientes a partir das interações entre plantas, animais e microrganismos. Quando se quer uma planta capaz de produzir mesmo em solos pobres, essa planta tem que ser geneticamente adaptada ao cultivo nessas condições. É preciso selecionar linhagens com capacidade de responder a isso. Na Amazônia é necessário adaptar as plantas às condições locais, com temperaturas elevadas e alta umidade o ano todo. Com a experiência de ir até o agricultor é que adquiri o conhecimento. Lá, por ser agricultura tradicional, os agricultores não usam os mesmos insumos que são utilizados na Revolução Verde. Por quê?
Nas comunidades isoladas, eles usam o que há disponível. O nutriente para a planta tem que ser natural. No solo da Amazônia, o processo de fertilização da planta é dado por uma forma de reciclagem de nutrientes. As áreas florestais são locais com espécies permanentes, arbóreas e perenes. A reciclagem se dá da seguinte forma: tem a parte aérea, que faz a fotossíntese, produz fruto, e o material que cai no solo é reciclado pela macrofauna, como cupins e formigas. Os insetos trituram o material que é incorporado ao solo, onde vivem os microrganismos que realizam a mineralização da matéria orgânica, processo fundamental na liberação dos nutrientes às plantas. Assim a nutrição da planta cultivada é conseguida por um processo de reciclagem. Por isso, quando se utilizam produtos tóxicos, como herbicidas, eles causam problemas nas populações da macro e mesofauna e nos microrganismos do solo. O efeito do herbicida é matar plantas invasoras. Mas ele elimina, também, os microrganismos responsáveis pela reciclagem dos nutrientes.
Idade: 71 anos Especialidade:
Agricultura na Amazônia Formação:
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP (graduação, mestrado e doutorado) Instituições:
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Universidade Federal da Amazônia (Ufam)
Produção científica: 50 artigos científicos, 10 livros e 62 capítulos de livros
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