Clipping semanal - - page 83

USP ESALQ – A
SSESSORIA DE
C
OMUNICAÇÃO
Veículo: Circuito Mato Grosso
Data: 18/06/2015
Caderno/Link:
-
sexual-de-alunas-e-causa-revolta.html
Assunto: Ranking expõe intimidade sexual de alunas e causa revolta
Ranking expõe intimidade sexual de alunas e causa revolta
Um cartaz com uma espécie de 'ranking' da vida sexual de alunas da Escola Superior de Agricultura Luiz
de Queiroz (Esalq), campus da USP em Piracicaba (SP), revoltou um grupo de estudantes da instituição.
O material foi colocado no Centro de Vivência, o pátio onde os universitários se reúnem, mas retirado
depois de causar polêmica e manifestações contrárias que se espalham pelos muros da unidade. A
universidade informou que vai apurar o caso.
Considerado preconceituoso e ofensivo por alunos e professores, o cartaz era dividido em colunas que
atribuíam, com palavra de baixo calão e termos como "teta preta", as supostas características das
estudantes listadas pelos apelidos com que foram batizadas no campus, além do número de pessoas que
teria mantido relações. Os "codinomes" são uma tradição na Esalq e muitos universitários os carregam
após o curso.
O professor Antonio Ribeiro de Almeida Junior, da Esalq, pesquisa diferentes tipos de abusos nas
universidades há 14 anos e chegou a relatar casos de violência à CPI dos Trotes no início do ano. Ele
disse que o ranking comprova a existência de uma cultura da discriminação no campus. "O cartaz tem
caráter de assédio e conteúdo difamatório intencional", disse.
De acordo com o professor, materiais como esse já foram produzidos antes, mas nunca tinham sido
expostos como aconteceu nesse caso. "Foi a primeira vez que colocaram em local público. Isso dá
margem para que as pessoas, reconhecidas por seus codinomes, sejam discriminadas", criticou. Segundo
ele, o cartaz também cita homossexuais.
Revolta
A aluna da Esalq e integrante do Diretório Central dos Estudantes, Élice Natalia Botelho, de 22 anos, ficou
revoltada com o conteúdo do cartaz e se posicionou sobre o abuso em uma rede social na internet.
Em trecho de texto de repúdio, ela afirma: "Percebi que os níveis de machismo, lgbtfobia e racismo
da Esalq não param de piorar. (...) Pensei que a CPI de Violação de Direitos Humanos das Universidades
Estaduais Paulistas tivesse alertado as pessoas, mas a prova [cartaz com o ranking] mostra que, na
verdade, tem gente que está no caminho oposto".
A jovem contou que algumas meninas se juntaram e fizeram cartazes de repúdio ao material exposto no
final de maio com os termos preconceituosos, mas os primeiros protestos também foram retirados do
Centro de Vivência. "Foram arrancados por alguém que se incomodou e, após isso ter ocorrido, elas
voltaram a fazer mais cartazes", afirmou.
'Lógica de poder'
O episódio, para o professor Almeida, é uma evidência de que há grupos que sustentam uma cultura
opressora no campus. "Eles têm o objetivo de discriminar e atuam com uma lógica de poder", afirmou
Almeida. O professor disse que mesmo após as investigações, casos como esse ainda são comuns.
Esalq
A instituição afirmou que soube do caso após ser questionada pela reportagem. "A direção do campus
tomou ciência, por meio de informação do Portal G1, da existência de material que foi exposto no mural do
Centro de Vivência e encaminhará o material para apreciação de uma comissão sindicante, cumprindo
trâmite regular", informou a Esalq em nota da assessoria de imprensa.
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