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USP ESALQ – A
SSESSORIA DE
C
OMUNICAÇÃO
Veículo: Agência USP de Notícias
Data: 29/07/2015
Caderno/Link:
Assunto: Abacate tem compostos com atividade antioxidante
Abacate tem compostos com atividade antioxidante
A casca e a semente do abacate das variedades Hass e Furte possuem compostos com
atividade antioxidante, revela pesquisa do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da
USP, em Piracicaba. As substâncias identificadas no estudo da agrônoma Maria Augusta
Tremocoldi apresentam grande potencial de utilização na indústria de alimentos e farmacêutica.
Os compostos bioativos poderão ser utilizados em substituição aos antioxidantes sintéticos.
As variedades de abacate testadas na pesquisa não são comuns no Brasil, sendo cultivadas com
vistas à exportação. “O objetivo do trabalho foi caracterizar, isolar e identificar substâncias com
atividade antioxidante da polpa, casca e semente dos abacates”, afirma Maria Augusta. “Também
foi avaliada a capacidade de desativação de espécies reativas de oxigênio (ERO) e a atividade
anti-inflamatória. As espécies reativas são átomos, moléculas, ou íons derivados do oxigênio, que
normalmente possuem alta reatividade”.
A produção de ERO e outras espécies reativas é parte do metabolismo humano. Elas estão
envolvidas em diversos processos, como na produção de energia, fagocitose, regulação do
crescimento celular, sinalização intercelular e síntese de substâncias biológicas importantes.
“Quando sua produção é muito elevada, o organismo dispõe de um eficiente sistema antioxidante
que consegue restabelecer o equilíbrio”, conta a pesquisadora. “Porém, em certas condições, a
elevação na produção de ERO resulta num desequilíbrio entre o sistema pró e antioxidante,
levando ao estresse oxidativo, durante o qual algumas destas espécies reativas podem produzir
danos ao organismo”.
Para detectar e identificar os compostos antioxidantes foram aplicadas diversas técnicas
laboratóriais. “O conteúdo de compostos fenólicos totais pelo método de Folin-Ciocalteu e o
potencial antioxidante foi avaliado pelos métodos de sequestro do radical livre DPPH e ABTS,
redução do ferro e autooxidação do sistema b-caroteno/ácido linoléico”, relata a pesquisadora.
Estabilidade oxidativa
Na pesquisa também foram medidas a estabilidade oxidativa em Rancimat e capacidade de
desativação de espécies reativas de oxigênio pelos métodos ORAC, ânion superóxido e ácido
hipocloroso. “A estabilidade oxidativa é um parâmetro global para avaliação da qualidade de
óleos e gorduras”, aponta Maria Augusta. “Para se avaliar a estabilidade oxidativa ou a sua
suscetibilidade à oxidação, a amostra é submetida a teste de oxidação acelerada, sob condições
padronizadas no qual se observam sinais de deterioração oxidativa”.
Para identificação e quantificação dos compostos antioxidantes foram utilizadas as técnicas
HPLC-DAD-UV e LC-MS/MS, que são métodos cromatográficos. “A confirmação dos resultados
foi feita com ressonância magnética nuclear (RMN), que é uma técnica espectroscópica”, diz a
pesquisadora.
Nas cascas de ambas as cultivares estudadas foram encontrados o ácido trans-5-O-cafeoil-D-
quínico, procianidina B2 e epicatequina. “Nas sementes, a pesquisa identificou o ácido trans-5-O-
cafeoil-D-quínico, procianidina B1, catequina e epicatequina”, destaca Maria Augusta. “Os
resultados mostram que os resíduos do abacate podem ser considerados fontes de compostos
bioativos de grande potencial funcional para serem utilizados na indústria de alimentos e
farmacêutica”.
De acordo com Maria Augusta, os compostos identificados na pesquisa podem ser aproveitados
e utilizados como antioxidantes naturais em substituição aos sintéticos. “Com base nos
resultados deste estudo, casca e semente de abacates podem ser introduzidos na forma de
extrato em pó em produtos alimentícios”, conclui. O trabalho teve orientação do professor
Severino Matias de Alencar, do Cena.
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