Qualificação – O salto de qualidade esperado veio somente com a assinatura do acordo com a The Ohio
University, em 1964, que resultou no intercâmbio de docentes. Da área de Solos, o primeiro a ir para os
Estados Unidos inserido no convênio foi o próprio Zilmar, mas somente em 1968. Ainda em 1964, a
ESALQ implantou, de forma pioneira na USP, os seus primeiros programas de pós-graduação, entre eles
o de Solos e Nutrição de Plantas. “Antes da pós-graduação não havia velocidade na formação das
pessoas”, aponta José Luiz Ioriatti Demattê, professor aposentado da área de Mineralogia e Geologia.
Outra iniciativa inovadora foi a criação, em 1965, do Centro de Estudos de Solos da ESALQ, ação
coordenada pelo professor Guido Ranzani que durou até 1973. A partir de modelos de análises trazidos
por Ranzani dos EUA, o projeto promoveu a caracterização dos solos de países sul-americanos, que
foram percorridos por pesquisadores da ESALQ. Ainda no mesmo departamento, o professor Geraldo
Victorino de França abriu as portas da fotopedologia para o Brasil, sendo o maior estudioso desta técnica
com inúmeros seguidores.
Novas áreas e interfaces – Segundo o professor Demattê, ainda na década de 1980, o Departamento
sinalizava a necessidade de ajustes históricos oriundos do agrupamento das cátedras e vislumbrava a
aproximação com outros vetores científicos. “Tínhamos que melhorar na parte pessoal, estrutural e reunir
de forma mais harmoniosa os envolvidos naquela junção das cátedras. Ao mesmo tempo, tínhamos que
nos organizar em termos de laboratório para prestação de serviços à comunidade, mas não havia verba”.
Assim, foi criado o embrião do que é hoje o Laboratório de Análise Química dos Solos, que realiza
anualmente cerca de 35 mil análises de solo e que recebeu, em 2012, a acreditação pelo INMETRO na
NBR ISO 17025 de qualidade de laboratórios de ensaios. “Então começamos a gerar recursos para
bancar o pessoal que vinha de fora dar aulas na pós-graduação, compramos veículos e nos tornamos, de
certa forma, autossuficientes em termos de gestão financeira” Outra mudança apontada pelo professor
Demattê foi o início dos estudos em Microbiologia dos Solos. “A área de Microbiologia, integrada à área de
Solos, foi um pioneirismo do Departamento da ESALQ. E hoje há uma interação muito forte com a
Química dos Solos. Houve um fortalecimento em uma área que ainda pouco havia se manifestado por
aqui”.
Em cinco décadas, o programa de pós-graduação em Solos e Nutrição de Plantas já outorgou 1.296
títulos, sendo 697 mestrados e 599 doutorados. Desde 2004, avaliação trienal da Capes confere ao
programa a nota máxima 7, equivalente à qualidade de nível internacional.
Hoje, o Departamento de Ciência do Solo tem 20 docentes e 31 técnicos, que atuam nas áreas de Solos,
Adubação de Culturas, Nutrição Mineral de Plantas e Microbiologia do Solo. Recentemente, além do
enfoque agronômico tradicional, o Departamento tem incrementado sua atuação em estudos ambientais.
A maioria dos docentes participa do programa de pós-graduação em Solos e Nutrição de Plantas, que
confere aos estudantes uma visão ampla dos atributos mineralógicos, físicos, químicos e biológicos do
solo, além de nutrição mineral de plantas. Lecionam também nos cursos de Graduação em Engenharia
Agronômica, Engenharia Florestal, Gestão Ambiental e Ciências Biológicas, ministrando disciplinas
essenciais e optativas.
Tecnologias – Na próxima reportagem da série “O solo nosso de cada dia”, mostraremos contribuições
das áreas de química dos solos, bem como as tecnologias sensoreamento remoto, química ambiental e
pesquisas direcionadas ao setor sucroenergético têm ajudado a melhorar a qualidade de vida no campo e
nas cidades.
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Caio Albuquerque
Assessoria de Comunicação (Acom)
USP ESALQ
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