ESALQ conquista 1.º lugar no Novos Talentos para Agricultura Sustentável

Aluir Dias, Maria Carolina Quecine Verdi, Bruna Durante Batista, José Vicente Caixeta Filho e Evaldo Vilela (Crédito: Divulgação)

Numa promoção do Instituto Fórum do Futuro e da Rede de Fomento para a Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), jovens universitários selecionados com as melhores ideias para um desenvolvimento sustentável seguiram para Brasília, no dia 25 de novembro de 2014, para participarem do evento de premiação final do Prêmio Novos Talentos para Agricultura Sustentável. O maior mérito coube à ESALQ que conquistou o primeiro lugar com pesquisa que associa biodiversidade da Amazônia à produtividade da soja e do milho. O trabalho é de autoria de Bruna Durante Batista, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Genética e Melhoramento de Plantas. A princípio, a acadêmica foi orientada pela professora Aline Aparecida Pizzirani-Klainer, depois pela professora Maria Carolina Quecine Verdi, do Departamento de Genética (LGN) da ESALQ.

Participaram também do trabalho vencedor a estudante de Ciências Biológicas, Andrea Ferrari, e o professor João Lúcio de Azevedo, do LGN. Em síntese, os pesquisadores da equipe “Fertilibac” encontraram nas raízes da planta do guaraná, da Amazônia, bactérias com o potencial de estimular a produtividade da soja e do milho. Essas rizobactérias têm o potencial de promover o crescimento da produtividade por meio de mecanismos de fixação biológica de nitrogênio, entre outros.  O conceito central da pesquisa revela o enorme potencial de inovação disponível no patrimônio de biodiversidade do País.

O objetivo da iniciativa é aproximar os estudantes das oportunidades acadêmicas, científicas, profissionais e de empreendedorismo embutidas no desafio de aumentar a produção de alimentos em escala planetária e, ao mesmo tempo, intensificar a sustentabilidade dos sistemas produtivos. Assim, numa primeira etapa, as melhores propostas de alunos de graduação e pós-graduação foram selecionadas em suas instituições acadêmicas para irem à Brasília. Participaram dessa fase a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal de Lavras (Ufla), a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a ESALQ.

A competição distribuiu entre os ganhadores prêmios no valor de 55 mil reais, que visam apoiar a formação de start ups a partir das ideias selecionadas. Além das Ciências Agrárias, também foram consideradas áreas como a Biologia, a Informática, a Economia, o Design e Administração, uma vez que o setor exige urgentes soluções nas áreas de gestão e de planejamento.

Projeto premiado

Certamente o Brasil retém uma das maiores reservas de biodiversidade mundial, com uma flora rica e ainda por ser descoberta. Associadas a essas plantas, em especial bem próximo às raízes, encontram-se as rizobactérias. Essas bactérias têm sido estudadas pelo seu potencial de promover o crescimento vegetal e consequente aumento da produtividade agrícola através de mecanismos como a fixação biológica de nitrogênio, solubilização de fosfatos, produção de ácido indol-acético, entre outros. Assim a equipe Fertilibact, visando explorar de maneira sustentável o uso de microrganismos associados a plantas, propõe um método de promoção do crescimento de milho (Zea mays) e soja (Glycine max) a partir da bacterização de sementes utilizando a rizobactéria RZ2MS9 (Bacillus sp.), isolada do guaranazeiro (Paullinia cupana), uma espécie vegetal típica da Amazônia. O Bacillus sp. RZ2MS9 apresentou, em casa de vegetação, efeito expressivo de promoção de crescimento vegetal com aumento de até 230 e 90% do peso seco de milho e soja, respectivamente, comprovando seu potencial como bioinoculante para aplicação também em campo o que resultará em reduções significativas no uso de insumos químicos para produção agrícola.

Texto: Alicia Nascimento Aguiar / MTb 32531 / 27.11.2014

Boletim 52