AGROdestaque entrevista João Adolfo de Rezende Ponchio, engenheiro agrônomo

João Adolfo de Rezende Ponchio (Crédito: Divulgação)

Atuação profissional

Graduado em Engenharia Agronômica em 1982, fez doutorado e mestrado em Fitotecnia ainda na USP/ESALQ. Entre 2004 e 2005, foi secretário geral da Escola de Economia de São Paulo (EESP) da FGV e ainda no meio acadêmico, de 1989 a 1995, ministrou aulas no Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal, em São Paulo, sobre plantas medicinais e estimulantes na engenharia agronômica. Também se formou advogado na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco (FDUSP).

Realiza assessoria técnica para a Fundação Getúlio Vargas (FGV) desde 2001, estando atualmente na FGV Projetos, onde desempenha atividades, sobretudo, na modernização da administração pública e elaboração de projetos públicos e privados.

Foi engenheiro agrônomo do Banco do Estado de São Paulo (Banespa). Primeiro, de 1983 a 1988, atuou como Analista de Projetos Rurais. Depois, de 1988 a 1995, foi coordenador de projetos rurais, responsável por 45 municípios, 40 agências e uma equipe de 13 engenheiros agrônomos. De 1995 a 1997, foi pesquisador no Centro de Pesquisas Agronômicas da Cyanamid Química do Brasil, que lida com o ramo de química fina e agroquímica.

De 1997 a 2001, foi consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), para o projeto de modernização do Controle Interno na Secretaria dos Negócios da Fazenda, do Estado de São Paulo. De 2003 a 2004, novamente como consultor, prestou serviços técnicos para o escritório regional da América Latina e Caribe, da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no Chile, como consultor nacional no Projeto Apoio e Desenvolvimento de Alianças Produtivas.

Fale um pouco sobre a área à qual se dedica atualmente

Atuo como Business Partner Latin America da empresa Global Partners One Direction, sediada em Milão, na Itália. A empresa possui uma rede  global de colaboradores e é especializada em fusões e aquisições de empresas, promovendo e prospectando negócios.

Sou sócio-diretor das empresas SLP Consult, desde 2001, e WYPS Serviços Técnicos Especializados e Consultoria Empresarial, desde 2007, exercendo em ambas atribuições de administração em geral. Ocupo o mesmo posto, desde 2009, na PROMIP - Comércio, Indústria e Desenvolvimento de Agentes Biológicos Ltda., onde sou responsável por assessorar administrativa, financeira e juridicamente a diretoria, prospectar negócios, coordenar pesquisas e desenvolvimento de controle de plantas daninhas.

Há seis anos, sou consultor da Incubadora de Empresas Tecnológicas (ESALQTec), da USP/ESALQ. Além disso, desde 1999, atuo como professor da Faculdade Integral Cantareira, em São Paulo, lecionando disciplinas nos cursos de Engenharia Agronômica e de Administração de Empresas e no MBA Executivo.

Quais os principais desafios desse setor?

Criar empresas e fomentar negócios, em um ambiente de risco, é o principal desafio. Ao mesmo tempo, o trabalho com startups tecnológicas pressupõe a identificação de empreendedores que consigam fazer adequadamente a transição das atividades acadêmicas para uma atuação de empresário profissional. Por conseguinte, as empresas de base tecnológica precisam preservar a habilidade de criar valor por meio da constante inovação, materializada no desenvolvimento de novos produtos e serviços. Mas, por outro lado, acompanhar o sucesso daqueles empreendedores, que conseguem vencer todas as barreiras existentes para a constituição de empresas é bastante prazeroso.

Que tipo de profissional esse mercado espera?

O empreendedorismo é uma caraterística latente em muitas carreiras profissionais do meio acadêmico brasileiro. Alguns profissionais canalizam as habilidades empreendedoras para os objetivos da universidade de promover ensino, pesquisa e extensão. No entanto, existem muitos exemplos de pessoas formadas no ambiente acadêmico que desejam e conseguem abrir empresas. A vocação natural, obviamente, é a criação de empresas de base tecnológica, mas outros tipos de empreendimentos acontecem com grande frequência.

Definir as características de um empreendedor é uma atividade complexa. Muita gente tenta fazer isso e existe muita bibliografia a respeito. Na minha visão, os empreendedores são pessoas estudiosas, persistentes, com apetite pelo risco calculado de empreender e, principalmente, sem medo de ganhar dinheiro.

Entrevista concedida à Raiza Tronquin - Estagiária de Jornalismo (07/03/14)

Boletim 13