USP assina acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

Paulo Nussenzveig representou a USP no Fórum Mundial da Alimentação — Foto: FAO/Giulio Napolitano



A USP participou, na última semana, do World Food Forum (Fórum Mundial da Alimentação), realizado pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, na sigla em inglês) com o tema A Transformação dos Sistemas Agroalimentares Acelera a Ação Climática. O evento foi em Roma, na Itália, entre os dias 16 e 20 de outubro.

Um dos eixos da programação foi o Fórum em Ciência, Tecnologia e Inovação, que contou com a participação de Paulo Nussenzveig, pró-reitor de Pesquisa e Inovação da USP, representando a Universidade com uma apresentação no painel sobre pesquisa e inovação em países de média e baixa renda. Nussenzveig também assinou uma carta de intenções formalizando as colaborações da USP com a FAO. O documento prevê a utilização do conhecimento científico no desenvolvimento de melhores métodos na produção de alimentos, o que precisa ocorrer de forma mais equânime e com menor pegada climática.

Em seu discurso, na cerimônia de assinatura dos acordos de parceria, Nussenzveig lembrou que relatórios da FAO apontam para a necessidade de aumentar a produção de alimentos em 50% até 2050, para sustentar uma população de 10 bilhões de pessoas, e comentou que o Brasil deve ter papel de destaque nesse desafio, seja por suas condições favoráveis de produção, seja pelo seu histórico de sucesso na inovação e no desenvolvimento da tecnologia na agricultura. “Na USP, entendemos que segurança alimentar é um tema crucial da humanidade e que o Brasil, contando com a Universidade, tem papel de protagonista. A atual gestão, inclusive, já criou dois centros voltados ao agro e um centro voltado à Amazônia, o que demonstra o nosso compromisso inequívoco”, ressaltou. Também integraram o fórum as professoras Thais Maria Ferreira de Souza Vieira e Silvia Helena Galvão de Miranda, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP.

Para Ismahane Elouafe, cientista-chefe da FAO, é preciso produzir mais com menos. “A proposta do encontro é discutir o que sabemos, o que ainda não sabemos e onde estamos em termos de ciência e inovação para a transformação do sistema agroalimentar mundial. Para isso, estamos trazendo uma diversidade de debatedores que inclui responsáveis por políticas públicas, cientistas, agricultores, jovens e povos indígenas, que possuem um importante conhecimento local. A agricultura contribui para a crise do clima, mas ao mesmo tempo é o setor que pode nos ajudar a sair dessa crise”, explicou.

Foram dezenas de eventos debatendo como a ciência, a tecnologia e a inovação podem ser uma ferramenta efetiva para acabar com a fome e a desnutrição, ao mesmo tempo em que ajudam a mitigar, adaptar e aumentar a resiliência dos sistemas agroalimentares, que atualmente representam cerca de um terço das emissões globais de gases do efeito estufa.

Assista aqui ao pronunciamento de Paulo Nussenzveig na assinatura dos acordos

 

Por Michel Sitnik, para o Jornal da USP

Edição 500