Vídeo produzido na USP alerta sobre suicídio entre universitários

“Quem quer chamar sua atenção merece sua atenção.” Foi com esse mote e um vídeo de pouco mais de um minuto que o Teatro da USP (Tusp) e o Grupo de Trabalho dos Direitos Humanos, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP em Piracicaba, tomaram as redes sociais. Nas últimas semanas, um turbilhão de comentários e compartilhamentos surpreendeu os organizadores do projeto.

Orientadora de arte dramática do Tusp, Maria Tendlau explica que a proposta surgiu em uma das reuniões do teatro. “Utilizando outros projetos de referência, como o Escritório USP Mulheres, a ideia foi criar uma oficina de audiovisual, focada na produção de vídeos para Internet, e abrir espaço para que os alunos se expressassem.”

Acostumados a abordar demandas do meio universitário em seus projetos — como a representatividade de grupos minoritários e assuntos ligados à preservação do meio ambiente —, responsáveis e voluntários, em reunião, resolveram utilizar o Setembro Amarelo, campanha de conscientização a prevenção do suicídio, como gancho.

Após pesquisas, estudos e muita conversa, o grupo concluiu que havia um número assustador de casos de suicídios entre os universitários, que enfrentam dificuldades de aceitação no meio acadêmico, volume elevado de trabalhos e provas, dúvidas sobre o futuro profissional e as cobranças da família. “Muitas vezes, o estudante não consegue lidar com esses excessos”, aponta Maria. A partir daí, surgiu o convite para que Paulo Celestino e Ana Petta dirigissem a campanha.

Em cerca de três dias, o vídeo foi roteirizado, gravado, editado e postado. Pouco tempo depois, curtidas e compartilhamentos nas redes sociais levaram a produção ao Divã Virtual, popular página do Facebook sobre psicologia e saúde mental — foi quando começaram a surgir ainda mais comentários e depoimentos, demonstrando o real tamanho do problema. O vídeo já foi visto mais de 2 milhões de vezes.

“Tivemos uma enorme surpresa com o retorno. Percebemos o quanto essa questão é importante e pouco falada, muito por conta de um tabu”, comenta Maria. “Existem espaços dentro da Universidade focados na prevenção do suicídio, no entanto, eles não são acessados na quantidade que se espera.”

Assista ao vídeo.

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Boletim 196