GRÁFICO DE CONTROLE
Talvez a técnica mais
sofisticada dentre as Sete Ferramentas do Controle Estatístico da
Qualidade seja a dos gráficos de controle. Apresentaremos esta ferramenta
através de um exemplo extraído de VIEIRA (1997).
Imagine uma fábrica
que no final de cada dia de trabalho inspeciona uma amostra de 100 peças
para obter o número de defeitos e conhecer o grau de qualidade
da sua produção. Fica fácil perceber que esse característico
de qualidade varia ao longo do tempo. Para facilitar esse estudo devemos
usar uma ferramenta que possibilite a visualização do número
de peças dentro dos padrões pré-determinados
pela fábrica e aquelas que estão fora desses padrões:
o gráfico de controle.
Os gráficos de controle
típicos exibem três linhas paralelas ao eixo X:
-
Linha Central: representa o valor médio
do característico de qualidade exigido pela fábrica.
-
Linha Superior: representa o limite superior
de controle (LSC).
-
Linha Inferior: representa o limite inferior
de controle (LIC).
Uma vez apresentado o gráfico,
os pontos devem permanecer dentro do intervalo determinado por LSC e LIC.
Cada ponto representa uma amostra.
Para melhor visualizar a evolução
do característico de qualidade ao longo do tempo, é usual
unir os pontos por retas.
Os gráficos de controle
apresentam, portanto, o desempenho do processo ao longo do tempo.
O processo está sob controle quando:
-
Todos os pontos do gráfico estão
dentro dos limites de controle (LIC e LSC).
-
A disposição dos pontos dentro
dos limites é aleatória.
Existem gráficos de controle
para atributos e para variáveis:
-
Atributos: estudam o comportamento de números
e proporções.
-
Variáveis: referem-se a aspectos como
peso, comprimento, densidade, concentração, etc.
A diferença entre atributos
e variáveis será mais evidente com o auxílio dos exemplos
que virão a seguir.
O gráfico para atributos
mais usado é o gráfico np, que monitora a variação
do número de ítens defeituosos em amostras de tamanho constante.
O gráfico de variável mais conhecido é o gráfico
X-R, que monitora a variação da média e amplitude
dos dados ao longo do tempo.
O GRÁFICO DE CONTROLE NP
Vamos usar como exemplo a seguinte
tabela:
Figura 1
Onde,
-
n: tamanho da amostra (note que é constante);
-
d: número de peças com defeito
na amostra;
-
p: proporção de peças
defeituosas por amostra.
O cálculo de p é
bem simples. Basta dividir o número de peças com defeito
(d) pelo tamanho da amostra (n).
Para a construção
do gráfico é preciso conhecer a média das proporções,
o número médio e os valores de LSC e LIC.
Para o cálculo da
média das proporções, devemos utilizar a seguinte
fórmula:
P = (1 / m) Spi
onde,
-
P =
média das proporções;
-
m = número
de amostras (no exemplo, m=6);
-
Spi =
somatória das proporções.
Assim sendo,
P = 1/6 * (B4 + C4 + D4 +
E4 + F4 + G4)
P = 0,04167
Para calcular o número
médio, usamos a fórmula:
NP = P x n
onde,
-
NP = número
médio;
-
n =
tamanho da amostra (no exemplo, n = 100)
Pelo nosso exemplo:
NP = 0,04167 * 100
NP = 4,167
Para calcular LSC usamos
a fórmula abaixo, lembrando que:
-
LSC = Limite Superior de Controle
-
NP = Número
médio
-
P =
Médias das proporções
Pelo exemplo, temos:
LSC = 10,1615
Para o cálculo do LIC
usaremos a fórmula:
-
LIC = Limite Inferior de Controle
Usando os dados do exemplo:
LIC = -1,8281
Como a fábrica
está testando o número de peças defeituosas, o Limite
inferior de controle (ou seja, o mínimo de peças defeituosas
produzidas) não pode ser um número negativo.
No nosso exemplo (LIC = -1,8281), assumimos como LIC o menor valor possível,
então LIC = 0.
Temos então, todos
os parâmetros necessários à construção
do gráfico np, que são:
-
LIC = 0
-
LSC = 10,1615
-
NP = 4,167
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