Esalqshow termina com música e aponta oportunidades ao setor sucroenergético

Plenária de encerramento do evento (Crédito: Denise Guimarães)


A programação técnica e cultural da 4ª edição do Esalqshow teve seu encerramento na tarde desta sexta-feira, 7/10, no Pavilhão de Engenharia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). Nos três dias de evento, cerca de 4 mil pessoas circularam pelo campus Luiz de Queiroz, prestigiando as atividades técnicas, culturais, ambientais e exposição de empresas patrocinadores e startups.

Em sua fala final, o diretor da Esalq, professor Durval Dourado Neto, fez um balanço do evento. “Foi muito gratificante podermos utilizar um dos espaços nobre do nosso campus, o gramadão central, que se transformou em excelente espaço de troca de conhecimentos. Vivenciamos nesses dias momentos de convívio intenso, tratando da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, um tema tão expressivo para a nossa região. Encerramos ainda com a Orquestra Noiva da Colina, em uma celebração entre cultura e ciência, inovação e integração com a comunidade”.

O Presidente da Comissão Organizadora da 4ª edição do Esalqshow, professor Marcos Kamogawa, agradeceu o público e lembrou o propósito do evento. “Mais de duzentas pessoas estiveram envolvidas na organização do evento, e nossa intenção foi integrar esse público que nos prestigiou, além de motivar o pertencimento da comunidade e mostrar para a sociedade o que a Esalq pode proporcionar”.

Plenária – No Anfiteatro, uma plenária de encerramento trouxe o balanço dos sete painéis técnicos, reunindo docentes e pesquisadores que apontaram os pontos principais que poderão ser base de futuras políticas públicas para o setor sucroenergético.

Para o professor Ricardo Ribeiro Rodrigues, um dos sete coordenadores dos painéis que debateram a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, a certificação e o Renovabio são instrumentos que reduzirão os déficits de Áreas de Proteção Permanentes e irá diferenciar os produtores que adotam boas práticas no campo. “O Renovabio é um modelo de política pública e a certificação é um ótimo instrumento para que a sociedade diferencia e valorize os bons produtores, que podem assim agregar valor ao negócio”.

Outro ponto em destaque foi a questão do controle biológico, abordada pelo professor Carlos Alberto Labate. “O setor de cana tem tradição do uso de controle biológico e o potencial de expansão nessa área é imenso. A tendência é de expansão dessa prática afim de aumentar a sustentabilidade da produção e reduzir a pegada de carbono”.

O pesquisador do Esalqlog, Tiago Pera, representou o professor José Vicente Caixeta Filho na plenária e lembrou que a questão logística é a fronteira que permitirá ao setor sucroalcooleiro reduzir custos e obter ganho de produtividade. “Os modelos de otimização logística da cana devem considerar a gestão de alta performance, tomadas de decisão de forma integrada e considerar a ferrovia como modal de transporte assim como é realizado na Austrália”.

A diversidade da cana foi o ponto destacado pelo professor e empresário Henrique Amorim. “A diversidade oportunizada pela cana é muito grande, basta apenas considerarmos as demandas de mercado. Atualmente, essa onda de sustentabilidade tem ajudado o setor, que acelerou o desenvolvimento de novas tecnologias e aumentou a produtividade”.

Para o professor Fabio Ricardo Marin, que coordenou o painel de tecnologia da informação no setor de cana, a conectividade no campo ainda é um grande desafio, mas traz oportunidades de negócio. “Ao mapearmos as unidades produtoras percebemos que muitos ainda precisam passar por uma transformação para o último estágio tecnológico. Atualmente, a Inteligência Artificial deverá trazer grandes oportunidades para empresas terceirizadas, já que ainda é pouco utilizada no campo”.

A professora Mirian Rumenos Piedade Bacchi teceu análise sob o ponto de vista socioeconômico e frisou que o mercado de açúcar brasileiro está consolidado, enquanto o etanol nacional ainda tem potencial de expansão. “Nosso açúcar está consolidado no mercado internacional, enquanto que o etanol tem um mercado promissor em outras vias e coexistirá com os modelos elétricos que a indústria automobilística vem apresentando”.

Finalmente, o professor Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, coordenador do painel sobre balanço de carbono, sintetizou que os esforços da academia e do setor produtivo nesse foco. “Temos desenvolvido técnicas que permitem aumentar o potencial de sequestro de carbono no solo concomitante com um manejo que possibilite a diminuição da emissão de gases do efeito estufa”.

Música – Após o encerramento dos trabalhos no Anfiteatro, o público contou com a apresentação da Orquestra Noiva da Colina. No repertório, clássicos do universo caipira, sertanejo e popular.

Texto: Caio Albuquerque (8/10/2022)

Edição 447