AGROdestaque entrevista Liana Jank, engenheira agrônoma

Liana Jank (Crédito: Divulgação)

Atuação profissional

Formou-se em Engenharia Agronômica em 1978. No ano seguinte, recebeu uma bolsa de estudos da Câmara de Comércio Americana para São Paulo e Rio de Janeiro, o que lhe permitiu fazer mestrado em manejo de pastagens em Gainesville (FL), nos Estados Unidos. Em 1982, foi contratada como pesquisadora pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para ser a contrapartida brasileira em um projeto com a França, visando o desenvolvimento de cultivares da forrageira Panicum maximum. Em 1997, retornou à Gainesville para fazer doutorado em melhoramento de forrageiras.

A que área se dedica atualmente?

Continuo trabalhando na Embrapa - Gado de Corte, na área de desenvolvimento de cultivares de forrageiras, principalmente a Panicum maximum. Este ano, a cultivar BRS Zuri foi protegida para atender a uma importante demanda do setor, que é a resistência ao fungo foliar Bipolaris maydis. As cultivares no mercado permitem a intensificação da produção de carne a pasto, gerando aumento da produtividade e diminuição de áreas exploradas.

Tenho orgulho de ver que cerca de 15 milhões de hectares do país são ocupados pelas cultivares Tanzânia, Mombaça e Massai. Todas são fruto direto do nosso trabalho e garantia de satisfação dos pecuaristas.

Quais os principais desafios desse setor?

O maior desafio é fornecer ao mercado, com agilidade, novas cultivares de forrageiras resistentes às diversas pragas e doenças que estão surgindo em frequência acelerada nestes tempos de aquecimento global. O desenvolvimento de uma forrageira melhorada é um processo lento que envolve diversas etapas, inclusive sua avaliação final com animais. Portanto, a demora da resposta pode ameaçar o sistema de produção.

Outro desafio da nossa área é manter o pecuarista em sua atividade, capaz de resistir às tentações de mudança para atividades mais rentáveis, pois assim o país pode continuar a ser líder na produção e exportação da carne bovina.

Que tipo de profissional esse mercado espera?

O mercado espera um profissional que saiba liderar equipes, que seja fluente em inglês, com amplo conhecimento em inovação e que tenha a capacidade de gestão. É importante também saber conduzir experimentações de campo e saber aliar dados fenotípicos com dados genômicos. Além disso, ele deve ter conhecimento de técnicas laboratoriais e gosto pelo campo. Por fim, deve saber comunicar-se com os pecuaristas e operários.

Entrevista concedida à Raiza Tronquin - Estagiária de Jornalismo (21/02/14)

Boletim 11