A nova geografia da ESALQ

Propostas para reorganização administrativa e acadêmica foram encaminhadas à reitoria da USP (Crédito: Gerhard Waller - ESALQ/Acom)

 

Uma das unidades fundadoras da Universidade de São Paulo, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ) passou, durante seus 112 anos de história, por modificações e realinhamentos em sua estrutura organizacional tanto em âmbito acadêmico quanto administrativo.

Em 1901, a Escola iniciou suas atividades com as seguintes 5 cadeiras (“cátedras”): 1ª cadeira – Física e Meteorologia; 2ª cadeira – Química Agrícola; 3ª Botânica Geral e Descritiva; 4ª cadeira – Agricultura Especial e Genética Aplicada; 5ª cadeira – Zootecnia Especial. Em 1970, a partir de uma reforma universitária, as cadeiras foram transformadas em Departamentos e, desde 2009, a ESALQ é constituída por 12 Departamentos: Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN); Ciência do Solo (LSO); Ciências Biológicas (LCB); Ciências Exatas (LCE); Ciências Florestais (LCF); Economia, Administração e Sociologia (LES); Engenharia de Biossistemas (LEB); Entomologia e Acarologia (LEA); Fitopatologia e Nematologia (LFN); Genética (LGN); Produção Vegetal (LPV); Zootecnia (LZT).

Quanto aos cursos de graduação, o curso de Engenharia Florestal, criado em 1972, rompeu a unicidade da Engenharia Agronômica, criada originalmente em 1901. Em 1998, surgiu o curso de Economia Agroindustrial, que passou a ser denominado Ciências Econômicas em 2003. No início do século 21, o ensino de graduação passaria por um período de expansão com a criação dos cursos de Ciências dos Alimentos (2001), Ciências Biológicas (2002) e Gestão Ambiental (2002). Em 2013, iniciaram-se as atividades da primeira turma do curso de Administração.

Nova geografia – A partir de 2011, a ESALQ passou a discutir e avaliar a possibilidade de adotar nova geografia em um futuro próximo. Nas 8ª e 9ª reuniões ordinárias da Congregação em 2013, ocorridas em 25/10 e em 28/11, respectivamente, foram discutidos e aprovadas deliberações que, se validadas pela Reitoria da USP, darão ao Campus no geral e à ESALQ – em particular – nova configuração administrativa e acadêmica.

Na 8ª reunião, foi aprovada a proposta de um novo curso de graduação em Zootecnia e, na 9ª reunião, foi aprovada a proposta de um novo curso de graduação em Estatística. Na reunião de outubro, a Congregação da ESALQ aprovou ainda a criação da Escola de Economia e Administração “Luiz de Queiroz” (EEA-LQ) e a criação do Departamento de Ciências Humanas (LCH). A EEA-LQ será constituída por boa parte dos atuais docentes do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES) e a ela estariam vinculados os atuais cursos de graduação de Ciências Econômicas e de Administração. O LCH terá, em sua formação, docentes do LES e de alguns outros Departamentos, estando vinculado à própria ESALQ, que continuaria com a responsabilidade sobre os atuais cursos de graduação de Engenharia Agronômica, Engenharia Florestal, Ciências Biológicas, Ciências dos Alimentos e Gestão Ambiental, além dos novos cursos de Zootecnia e de Estatística. Dentro do chamado enfoque interdisciplinar, tanto a ESALQ quanto a EEA-LQ deverão oferecer as disciplinas devidas tanto aos atuais sete cursos de graduação quanto aos dois novos cursos de graduação que estão sendo propostos.

A partir dessas decisões internas, os trâmites devidos junto à Reitoria da Universidade de São Paulo deverão ser iniciados após a posse do novo Reitor, que ocorrerá em 25/01/2014. O tempo estimado para as deliberações no âmbito da Reitoria da USP deve ficar entre 1 e 2 anos, ou seja, uma nova geografia será implantada entre 2014 e 2015.

De acordo com o professor José Vicente Caixeta Filho, diretor da ESALQ, tais modificações possibilitarão uma série de melhorias tanto na gestão acadêmica quanto administrativa do Campus da USP em Piracicaba. “Nessas melhorias podemos incluir a agilidade no provimento de infraestrutura para atividades de ensino; maior articulação interdisciplinar; atualização e fortalecimento da “marca” ESALQ; consolidação da vocação para a geração de conhecimentos voltados a recursos naturais; descentralização de procedimentos administrativos e acadêmicos; maior precisão no foco da atuação institucional; maiores economias de escala; maior representatividade política”, conclui.

Texto: Caio Albuquerque (05/12/2013)

Boletim 01