Delegação alemã visitou a ESALQ

Delegação alemã foi recepcionada, no Edifício Central - sala Ceres, pela presidente da CAInt, profa. Marisa A. B. Regitano d'Arce (Crédito: Gerhard Waller - ESALQ/Acom)

A ESALQ recebeu, em 23 de maio de 2014, visita de uma delegação de representantes do Ministério da Educação e Pesquisa, instituições e empresas multinacionais do setor de biotecnologia da Alemanha. Com o intuito de conhecer o Campus e as pesquisas desenvolvidas na área de bioeconomia, o grupo de 23 pessoas foi recepcionado pelos professores Carlos Cerri, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), e Marisa Aparecida Bismara Regitano d'Arce, vice-diretora e presidente da Comissão de Atividades Internacionais (CAInt) da Escola.

O objetivo da visita foi promover o encontro entre pesquisadores do Estado de São Paulo e da Alemanha, para que potenciais áreas de pesquisas sejam identificadas e futuras colaborações desenvolvidas. De acordo com o professor Cerri, os alemães possuem grande competência em bioeconomia, o que permite estabelecer facilmente algumas linhas comuns. “Nós estamos no ano Brasil-Alemanha, e eles não estão interessados somente em etanol, mas também em outros combustíveis como de palma e dendê.  Nossos avanços na área da agronomia possuem grande visibilidade no exterior, permitindo essa troca de autoconhecimento”.

Para Manfred Kircher, presidente do conselho consultivo da alemã CLIB 2021, o Brasil é visto como o polo da bioeconomia do futuro, e isso se deve a duas características principais. “A primeira delas está relacionada à abundância de biomateriais e recursos de biomassa, tais como cana-de-açúcar, óleo de palma e óleo de soja”. Além desse tipo de produção em larga escala, como etanol e outros combustíveis, Kircher também destaca o interesse por processos que envolvem produtos químicos de alto valor agregado, como a produção de polietileno, cosméticos e aditivos alimentares. “A segunda característica é que vimos aqui várias universidades, empresas e institutos de pesquisa que fazem do Brasil um país que produz ciência e tecnologia de última geração, as quais podem alavancar o desenvolvimento da bioeconomia”.

A visita da delegação à ESALQ integrou parte da programação do Fórum de Bioeconomia Brasil-Alemanha, realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Desde o dia 21 de maio de 2014, o grupo participou de discussões sobre temas de pesquisas voltadas a essa área. “Nós selecionamos três temas para serem aprofundados, a fim de ajudar a Fapesp e o próprio lado alemão a desenvolver uma futura chamada de propostas, que deve ser lançada nos próximos meses”, comenta o assessor técnico da Diretoria Científica da Fapesp, Diego Muñoz.

Kircher reforça a pretensão alemã em criar alternativas para o desenvolvimento de materiais produzidos no Brasil, a fim de incrementar a cadeia de valores de etanol e cana-de-açúcar, além de materiais mais aprimorados, trazendo-os à Alemanha para a transformação em produtos de consumo. “Ao mesmo tempo, desejamos trazer da Alemanha produtos, como químicos especializados, por exemplo, de empresas que estão participando hoje desta visita, para que possam ser usados nos processos tecnológicos”, afirma.

O presidente ainda lembra que a ESALQ já trabalhou em conjunto com a Evonik Industries, integrante da comitiva, para produzir biocombustíveis. “A Evonik produz catalizadores para biocombustíveis na Alemanha e os importa ao Brasil. O oposto também pode ocorrer, ou seja, o Brasil pode exportar biomassa. É esse tipo de relacionamento que estamos tentando desenvolver, pois nossos países se tornaram especialistas em tecnologias que são complementares, e o estabelecimento de parcerias pode ser benéfico a ambas as nações”, finaliza.

A delegação foi composta por: Gunter Festel, da Autodisplay Biotech; Stefan Lampel e Veronika Deppe, da BMBF - Federal Ministry of Education and Research; Manfred Kircher e Vera Haye, da CLIB2021; Jochen Michels, da DECHEMA; Detlef Männig e Volker Wehber, da Evonik Industries; Sabine Krieg, da Fraunhofer IGB; Görge Deerberg e Tim Schulzke, da Fraunhofer UMSICHT; Nicolai David Jablonowski, da Jülich Research Center; Jürgen Rabenhorst, da Ostwestfalen-Lippe University of Applied Sciences; Daniel Alexandre Neuwald, da Kompetenzzentrum Obstbau Bodensee; Joachim Venus, da Leibniz Institute for Agricultural Engineering (ATB); Dominik Stollenwerk, da FH Aachen University of Applied Sciences - Nowum-Energy; Felix Jacob e Nursen Sözer, da RWTH Aachen University - Inst. of Biotechnology; Skander Elleuche, da Hamburg University of Technology - Inst. of Technical Microbiology; Volker Wendisch, da Bielefeld University – CeBiTec; Erhardt Gabriele, da University of Hohenheim - International Office; Ricardo Schuch, da University of Münster - Centro Brasileiro; e Angelika Wurbs, do Leibniz Centre for Agricultural Landscape Research (ZALF).

Texto: Raiza Tronquin
Tradução: Débora Andrade Pereira

Boletim 24