União tripartite busca novo foco na área de biotecnologia

Rutgers e OSU contam com a ESALQ para promover técnicas de melhoramento de plantas (Crédito: Gerhard Waller - ESALQ/Acom)

A Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ) possui um vasto histórico de cooperações acadêmicas com instituições estrangeiras. Uma delas, que já dura há mais de uma década, é a união tripartite estabelecida com a The Ohio State University (OSU) e com a Rutgers - The State University of New Jersey, desde 1997. Com workshops bianuais, as três universidades mantêm atualizado o Programa de Pós-graduação Internacional Biologia Celular e Molecular Vegetal (PPG-IBCMV), fruto dessa parceria.

Neste ano, porém, a Rutgers associou-se ao Big Ten, associação de universidades norte-americanas, que tem como objetivo promover colaborações acadêmicas e eventos esportivos. Essa adesão tem incentivado pesquisadores da área de biotecnologia vegetal da própria Rutgers e da OSU a buscarem novas maneiras de trabalhar na obtenção de energia a partir de culturas agrícolas. Tais recursos renováveis podem auxiliar os Estados Unidos na busca pela independência energética e sustentabilidade ambiental.

De acordo com o artigo “Rutgers’ Big Ten Membership to Promote Biotechnology Collaboration with Ohio State”, publicado no portal Rutgers Today, essa parceria é mais um motivo para intensificar a colaboração com a OSU, já que as duas universidades possuem conhecimentos complementares na área de genética. “A OSU especializou-se em culturas como milho e soja e a Rutgers, em gramíneas, oxicoco e mirtilo”, afirma Eric Lam, professor emérito de patologia e biologia vegetal do Departamento de Ciências Biológicas e Ambientais, da Rutgers.

No entanto, um novo foco em culturas produtoras de energia vem sendo trabalhado por cada instituição, sendo que ambas estão investigando maneiras de realizar melhoramentos genéticos na cana-de-açúcar. O artigo reforça a ideia de que essa é uma cultura que fornece grande parte do combustível de veículos no Brasil, tendo demanda crescente na Flórida, Louisiana e outras regiões dos EUA.

Segundo Helaine Carrer, docente do Departamento de Ciências Biológicas (LCB) da ESALQ, essa experiência brasileira na produção de etanol tem sido importante para as duas universidades estrangeiras. “Nossa área de pesquisa possibilita relacionar o desenvolvimento da cana-de-açúcar com outras culturas nativas norte-americanas, como o sweet grass ou até mesmo o milho, entre outras que que eles utilizam como fonte de energia”.

Com o ingresso no Big Ten, Lam afirma no artigo que esse é um bom momento para promover as pesquisas entre as três universidades parceiras, na área de biotecnologia geral. “Agora que estamos na mesma família e estabelecemos interesses mútuos com o Brasil, temos um território comum para nos unirmos em propostas de pesquisa”.

“A ESALQ tem contribuído na área de biotecnologia e biologia molecular para aumentar cada vez mais essa interação com os professores norte-americanos. O fato deles terem aderido ao Big Ten, enriquece o intercâmbio, fortalecendo ainda mais essa união”, finaliza Helaine.

Texto: Raiza Tronquin
Tradução: Débora Andrade Pereira

Boletim 31