AGROdestaque entrevista Ricardo Cerveira, engenheiro agrônomo

Ricardo Cerveira (Crédito: Divulgação)

 

Atuação profissional
Formado engenheiro agrônomo em 1998, fez mestrado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP com foco em pesquisas em agroecologia. Também fez MBA na área de Gestão Empresarial, na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Sua formação inicial foi focada no setor de Agricultura Orgânica, no qual, desde 1995, atuou como conselheiro e diretor da Associação de Agricultura Orgânica (AAO).

Também foi inspetor em certificação orgânica pelo Instituto Biodinâmico (IBD) e gerente do supermercado Carrefour, onde era responsável por fomento e compras de produtos orgânicos. Atualmente é diretor presidente do Conselho Administrativo do Instituto BioSistêmico (IBS) e trabalha com execução de projetos tecnológicos para além da Agroecologia, junto aos agricultores familiares do país.

A que área se dedica atualmente?
Atualmente gerencio o IBS, que atua fortemente como entidade de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER). Temos 13 filiais no país, com aproximadamente 120 profissionais contratados e 100 consultores especializados, em cinco estados brasileiros. São mais de 7.000 agricultores familiares atendidos anualmente por meio de projetos em parceria com multinacionais, empresas brasileiras e governos.

Minha atribuição é gerenciar e administrar os recursos da entidade, materiais e principalmente humanos. É por meio de atuações como a minha, aliada à equipe de profissionais multidisciplinares de nossa organização, que é possível levar tecnologia ao campo para produtores familiares que, normalmente, são desassistidos de toda prática agronômica adequada e sustentável.

Quais os principais desafios desse setor?
Para entidades de ATER, o profissionalismo ainda não chegou no patamar que considero adequado para melhor difusão de todo trabalho junto aos públicos beneficiários. Além disso, nos falta uma ligação mais firme entre todas as pesquisas agrárias com a área de extensão. Essa relação, ao meu ver, ainda está muito desconectada. Creio que, no momento em que a pesquisa naturalmente for direcionada para extensão, os produtores terão saltos enormes na qualidade de vida.

Que tipo de profissional esse mercado espera?
Um profissional bem qualificado tecnicamente é a porta de entrada, mas se não se sustentar com características comportamentais adequadas, ele não crescerá. São as atitudes e comportamentos que o profissional carregará no mercado que permitirá a consolidação de sua carreira.

Entrevista concedida à Raiza Tronquin - Estagiária de Jornalismo (17/01/14)

Boletim 06