O “Guia de Plantas Medicinais e Aromáticas em Hortos Comunitários”, escrito pelo professor Lindolpho Capellari Júnior, do departamento de Ciências Biológicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), e pela médica sanitarista Nair Sizuka Nobuyasu, apresenta os resultados de pesquisas conduzidas ao longo de dez anos, unindo conhecimentos de botânica, medicina e farmacologia sobre toda cadeia. Editada com o apoio da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq), a publicação reúne 100 espécies de plantas medicinais e aromáticas, totalizando 213 preparações entre remédios e receitas culinárias saudáveis.
Com uma linguagem prática e acessível e conteúdo ilustrado, a obra atende profissionais das áreas de saúde e educação, agricultores, empresas, entidades e todas as pessoas que gostam de plantas medicinais, aromáticas e nutrição saudável, para prevenção e tratamento alternativo de doenças.
O livro detalha os cuidados necessários para o uso correto das plantas, apresentando indicações, contraindicações e interações medicamentosas e orientações para evitar automedicação. Além de contribuir com a busca de uma melhor qualidade de vida, o Guia traz informações que podem ajudar no incremento da renda familiar, através da produção e venda de matéria-prima e de mudas de espécies medicinais, e no estímulo a ações educativas, como o planejamento de hortos em bairros e escolas.
O trabalho de coleta de dados e experimentos que deram origem ao livro envolveu membros da comunidade do Horto Comunitário de Plantas Medicinais no bairro Cruzeiro do Sul em Santa Bárbara d’Oeste (SP), com o suporte de uma equipe multidisciplinar formada por engenheiros agrônomos, alunos de graduação (estagiários), médicos, farmacêuticos, uma enfermeira, entre outros profissionais.
“Notamos que existe muita confusão tanto na identificação botânica das plantas medicinais como em sua utilização. Dessa lacuna, surgiu a ideia de um guia, utilizando-se o método participativo, para que o conhecimento tenha vínculo com a realidade local, e também nos baseando em pesquisas de bibliografia nacional e internacional”, explica Capellari, ressaltando a importância do reconhecimento botânico para garantir dados seguros. “A produção e o uso de plantas medicinais passam por diversos profissionais, mas este processo deve ser iniciado por um botânico e terminar com um médico ou outro profissional da saúde”, complementa ele, que é professor na Esalq há 35 anos.
Segundo os autores, falta no mercado um livro que trate a cadeia das plantas medicinais desde a identificação, plantio, cultivo, indicação e preparação, sem custos elevados. “O Guia contribui para uma divulgação segura e criteriosa das informações pesquisadas, coletadas e experimentadas sobre o tema. Permite, ainda, a organização dos saberes populares, que não têm canal para este fim e vêm se perdendo”, reforça Nair, que atua em diversos projetos comunitários relacionados às plantas medicinais, aromáticas e alimentícias não convencionais (PANCs) e participa da Rede de Municípios Potencialmente Saudáveis.
Saiba mais: Acesse o site da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz, clicando aqui. Ou entre em contato pelo e-mail livros@fealq.org.br.
Texto: Comunicação Fealq