Sparcbio inaugura sede na Esalq/USP e prospecta avanços no controle biológico para agricultura tropical

A iniciativa é uma parceria entre a Fapesp, a Koppert Biological Systems, a Esalq e a Jacto (crédito: Gerhard Waller)

Foi lançado na manhã da última sexta-feira, 26 de julho de 2024, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), o edifício que abrigará a sede do SPARCBIO. (São Paulo Advanced Research Center for Biological Control). A iniciativa é uma parceria entre a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), a Koppert Biological Systems, a Esalq e a Jacto.

Em um modelo que reúne universidade, empresas e agência de fomento, o SPARCBIO atua na descoberta de novos agentes biológicos de controle de pragas agrícolas; desenvolvimento de novas tecnologias e geração de conhecimento em manejo integrado de pragas e doenças na agricultura.

Segundo o professor José Roberto Postali Parra, sênior do departamento de Entomologia e Acarologia da Esalq e coordenador do novo centro instalado na Esalq, a pandemia atrapalhou os planos iniciais, uma vez que a iniciativa foi lançada em fevereiro de 2020, mas não impediu que a equipe continuasse a trabalhar para a instalação e inauguração de um espaço moderno dentro do campus da USP em Piracicaba.

“Como todos sabem, o Brasil é o líder em Agricultura Tropical, com uma tecnologia desenvolvida no país nos últimos 50 anos. Entretanto, para utilizar controle biológico é necessário desenvolver nossa própria tecnologia, pois não é possível copiar de outros países. Assim, nosso desafio tem sido desenvolver um modelo de agricultura para regiões tropicais em direção a uma agricultura sustentável. Este é o primeiro objetivo do SPARCBIO no país, fortalecer o controle biológico com ciência de alto nível, adaptada as nossas peculiaridades”.

Segundo a diretora da Esalq, professora Thais Vieira, o SPARCBIO representa a importância das relações institucionais do setor público com setor privado. “O SPARCBIO conta com o envolvimento de empresas em áreas estratégicas que investiram na Esalq, com um corpo de professores, de funcionários, de uma área muito importante e historicamente muito forte na nossa instituição, que é o controle biológico. É uma estrutura que vem agregar e, embora esteja focada em pesquisa, permitirá o desenvolvimento de atividades que permeiam o ensino tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação, além da parte de extensão, que é essa relação com a sociedade e que assume um papel cada vez mais importante para todas as instituições de ensino e pesquisa do mundo”.

Parceiros – Presente na cerimônia, Paul Koppert, líder global da Koppert na Holanda, frisou que o desenvolvimento de soluções sustentáveis para a agricultura passa pela da participação de pessoas que acreditam nesse valor.“O Brasil, como todos sabemos, é um país onde a agricultura é gigantesca e eu acho que a ciência brasileira já resolveu inúmeros problemas e o controle biológico está aqui como um complemento a agricultura convencional. No entanto, não basta termos boas ideias. Precisamos que boas pessoas também estejam motivadas a trabalhar. Só assim o futuro será brilhante”.

Além dos parceiros institucionais, a sede do SPARCBIO também foi viabilizada a partir da chegada de novos parceiros como a empresa Jacto. Durante as falas da inauguração do novo espaço, Franklim Shunjiro Nishimura, presidente da empresa, destacou o modelo de parceria adotado no centro. “O nosso grupo utiliza sempre a frase do meu avô, que disse certa vez que ninguém cresce sozinho. Esse momento hoje tipifica o que acreditamos e por isso essa parceria de quádrupla hélice, que envolve governo, Fapesp e demais parceiros, possibilita a realização de projetos como este, que impactam a agricultura brasileira e mundial”.

Além dos parceiros presentes na inauguração da sede, também participam do Centro docentes de outras universidades brasileiras, como Unesp, UFSCar, UFES, UFV e internacionais, como Universidade da Califórnia, Davis e Universidade de Minnesota (EUA), assim como pesquisadores da Embrapa e do exterior, de instituições como INRA, Sophia Antipolis, na França; USDA e ARS, ambas nos EUA e UCPH na Dinamarca.

Saiba mais: www.sparcbio.com.br/

Texto: Caio Albuquerque (29/7/2024)

Edição 538