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Sinal vermelho no campo

Mais de 90% dos 31 milhões de hectares cultivados com soja no Brasil utilizam sementes de plantas geneticamente modificadas para a resistência ao herbicida glifosato.

Atualmente, estima-se que a resistência ao glifosato esteja disseminada em aproximadamente 30% da área geográfica de cultivo de soja. "Isso não significa que todas as propriedades dentro dessa área de abrangência têm problema de resistência", revela Adegas.

"Mesmo assim é um número alarmante, porque esta expansão tem sido continuada ano a ano e a projeção é de que a resistência deva aumentar".

Os primeiros relatos de resistência ao glifosato ocorreram na região Sul, mas o problema já está presente no Sudeste e Centro Oeste, ou seja, em importantes regiões produtoras.

Até 2013, no Brasil, havia o registro de cinco espécies resistentes ao glifosato: três espécies de buva, uma do capim-amargoso. Em junho de 2014, uma nova espécie foi identificada, o chloris (Chloris polydactyla).

A identificação e o relato da nova espécie foral realizados pela equipe da Esalq-USP, que identificou dois biótipos de chloris resistentes, sendo um em lavoura de soja do Paraná e outro em pomar de citrus, em São Paulo.

"O chloris é um problema inicial, por isso, não sabemos se ele se tornará um problema mais grave e abrangente como a buva e o capim-amargoso são atualmente", explica o professor Pedro Christofolleti.

Falha de controle deixa insetos resistentes

A utilização indiscriminada de agrotóxicos para controle de insetos também favorece a seleção de populações resistentes.

Os insetos que apresentam maior potencial para adquirir resistência aos químicos são: o percevejo-marrom (Euschistus heros), a lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens), a lagarta helicoverpa (Helicoverpa armigera), a mosca-branca (Bemisia tabaci) e alguns ácaros.

"Temos observado que o problema de falhas de controle de algumas pragas vem se agravando, desde 2002, quando começamos a realizar os primeiros ensaios em salas de criação de lagartas e percevejos para avaliar a resistência desses insetos a inseticidas", relata Daniel Sósa Gomez. Isso ocorre em função do uso frequente dos produtos e sem respeitar os níveis de ação, que representam o momento adequado da aplicação de inseticidas.

Para minimizar o problema o pesquisador recomenda como estratégia antirresistência a alternância de inseticidas com modos de ação diferenciados, assim como o uso de dose recomendada pela pesquisa.

Nos últimos anos a pesquisa atualizou ainda as informações sobre o nível de dano aceitável (densidade dos insetos na qual recomenda-se a aplicação de inseticidas) sem prejuízos.

Essa informação é a base das recomendações do Manejo Integrado de Pragas (MIP). O surgimento da lagarta Helicoverpa mostrou a importância de sistemas mais equilibrados e como os inimigos naturais ajudam nesse problema.

Na safra 2013/14, levantamento realizado pela Embrapa em lavouras de soja do Paraná, revelou que o índice médio de mortalidade das lagartas de Helicoverpa armigera pela ação dos inimigos naturais (parasitoides, patógenos e nematoides) foi de 60,9%, o que confirma a ação positiva desses organismos no controle da praga.

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