This is a SEO version of MODELO. Click here to view full version
« Previous Page Table of Contents Next Page »Pênsil e seguiu quase sem nenhuma dificuldade até o início do salto, em busca da imagem perfeita, que mostraria a agonia do rio. E conseguiu.
Cascata vira montanha
O salto parece mais uma montanha do que um rio. Para não molhar suas botas, ele as deixou em um trecho seco. O sol estava tão forte, que seus pés ficaram doloridos e, certamente, surgiriam bolhas.
O piracicabano Ricardo Borges, 62, aproveitou para ver o rio e se assustou. "Só vi o rio assim durante a estiagem. É uma resposta da natureza, para que fiquemos mais atentos com a sua preservação", alerta.
Morador na Rua São José, quase esquina com a Avenida Beira Rio, há 60 anos, o aposentado Maurício Alonso, 62, conta que pescou muito no Piracicaba e parou quando ele "começou a morrer". "Desde que eu moro aqui, nunca vi o rio assim. É uma tristeza", resume. O amigo de Alonso, João Feliciano, frequenta a região da Rua do Porto há 30 anos e nunca viu tão poucos turistas nessa época do ano.
Vale do Paraíba
Os mananciais que abastecem a região estão com os índices satisfatórios e que estão sendo monitorados diariamente, segundo informou a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O principal deles, o Rio Paraíba do Sul, está com volume de água dentro da normalidade e, que por enquanto, não há possibilidade de racionamento de água na região, segundo informou a empresa.
Em Vinhedo, população faz estoque de água
No último mês, a primeira coisa que a pernambucana Maria Valdeci dos Santos, de 70 anos, faz depois que acorda é ver se tem água nas torneiras. Antes de tomar café, enche três baldes e todo o tanque de lavar roupa com água, para enfrentar as tardes e noites sem abastecimento. O bairro onde ela mora, o Von Zuben, na periferia de Vinhedo, enfrenta racionamento desde dezembro.
"Todo final de tarde tem faltado água por aqui e quem não tem caixa d'água em casa tem de se virar do jeito que pode para conseguir tomar banho, lavar uma louça e as roupas", conta. Em Vinhedo, na região de Campinas, uma das mais afetadas do Estado, a autarquia municipal de abastecimento realiza desde dezembro o "rodízio por demanda" de água. Por meio de um sistema de monitoramento, quando é notada a falta de água em uma região, é interrompido o fornecimento em outras áreas que estavam com o abastecimento normal para a atender o local com problema.
"Se continuar sem chuvas nos próximos 20 dias, a situação vai complicar na cidade", disse o superintendente do órgão, José Francisco Beltramini. Além da água captada no Rio Capivari ter diminuído, as três represas locais estão pela metade. "Eu tenho mulher operada, um recém-nascido e mais duas crianças e tem faltado água todo dia", afirmou Billy Douglas Silva, de 29 anos.
Ele mora no bairro Capela, área alta e densamente habitada onde mais tem faltado água, e anda mais de oito quilômetros de carro para buscar água no Aquários, uma fonte de água tratada pública da cidade. "Chego a fazer isso quatro vezes no dia". Além de Vinhedo, Valinhos já realiza rodízio. Americana, Artur Nogueira, Jaguariúna e Pedreira também trabalham com a possibilidade de racionamento nos próximos dias.
Região e SP acirram a guerra pela água
A seca que está atingindo o Sistema Cantareira, e que poderá comprometer o abastecimento de 14,2 milhões de pessoas, começa a acirrar a guerra pela água entre os municípios das Bacias PCJ e a Grande São Paulo. Enquanto a Sabesp pediu à Agência Nacional de Águas (ANA) a redução de 1,5 m3/s da vazão para as Bacias PCJ, com o argumento de garantir a integridade do Cantareira e o abastecimento da Grande São Paulo, os Ministérios Públicos Estadual e Federal querem que a agência desconsidere o banco de água da Sabesp, para garantir as vazões primárias para a região de Campinas.
"Isso é quebrar o marco regulatório e se ocorrer passa a vigorar o vale tudo, que não podemos permitir", disse o presidente da agência, Vicente Andreu Guillo. Ele informou, depois de se reunir em Brasília com o prefeito Jonas Donizette (PSB) e a direção da Sanasa, que nem foi preciso analisar o pedido da Sabesp, porque o Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee) já negou a proposta. A recomendação do Ministério Público está em análise, disse.
This is a SEO version of MODELO. Click here to view full version
« Previous Page Table of Contents Next Page »